Esta lenda da localidade da Nossa Senhora do Livramento, Mato Grosso, refere-se a um dos muitos milagres que o povo testemunha.
Esta Santa tão venerada pelos livramentenses que, ao visitarmos a igreja local, achamos a imagem de pequenas dimensões em proporção ao santuário que é vasto. Ao manifestarmos isto, logo as pessoas presentes protestam: Não, disseram, ela é muito grande. O seu tamanho se mede pelos milagres que ela faz.
No tempo em que se deu o facto, a vila de Nossa Senhora do Livramento era circundada por densos bosques.
Extensões de matas virgens, pontilhadas de raras propriedades, exibiam o poder dos antigos latifundiário.
Uma criança dos seus quatro anos, encantada com a variedade de borboletas e o canto dos pássaros, saiu-lhes ao encalço, penetrando os bosques. Distanciou-se tanto da casa que se perdeu, então começou a chorar e a chamar pela mãe.
Exausto o menino encontrou-se à beira de um riacho, onde uma linda moça de olhos azuis, da cor de sua roupa, lhe tomou a mão carinhosamente.
Ao se aproximarem da vila, ela disse:
- Se lhe perguntarem quem o trouxe aqui diz que a melhor amiga de todas as mães, a Princesa Branca do Vestido Azul.
Trouxe um grande regozijo a sua volta ao lar. Todos o tinham procurado, escravos e forros, percorreram pelas matas, na correnteza dos ribeirões, aquele corpinho inocente que julgavam desaparecido nas águas ou entre as serpentes venenosas dos ciposais. Para comemorar o acontecido, mandou-se celebrar missa na capela da vila.
Ao entrar acompanhado dos pais e de toda a família, reconhecidas as graças da Virgem Santíssima, o garotinho exclamou:
- Olha mamãe, veja bem aí a moça que me trouxe para casa. O mesmo vestido azul, é ela sim!
Milagre de Nossa Senhora do Livramento, que os fitava do seu nicho enfeitado de flores.
PROF. KIBER SITHERC