Povoação detentora de alguns vestígios Romanos e que, segundo José Hormigo, até 1505 se chamava Esporão. Foi rebaptizada por Ladoeiro devido aos inúmeros charcos e lodeiros que abundavam na região. O repovoamento conhecido por Ladoeiro faz-se à volta do ano de 1541 (no Reinado D. João III), onde foi sede de concelho com Câmara e Justiça próprias e entrou em decadência, a partir do séc. XVIII, devido aos ataques ferozes do exército durante a Guerra da Restauração, agudizado pelo facto de não possuir nem castelo nem muralhas.
Actualmente, é das freguesias mais prósperas do concelho de Idanha-A-Nova, caracterizada por um considerável dinamismo económico que se deve sobretudo, da actividade agro-pecuária e da Indústria transformadora. São particularmente conhecidas as suas plantações de tabaco e tomate, fontes de rendimento e trabalho para as gentes locais e terras vizinhas.
Ao percorrermos as ruas, são várias as habitações com portadas Manuelinas e outras de adobe com janelas caiadas. O cruzeiro, a Igreja Matriz e a Fonte Grande (com as armas de D. Sebastião de 1571) são locais de encontro para uma amena conversa ao cair do dia.
Nas sextas-feiras de quaresma até Domingo de passos, realiza-se a tradicional Procissão dos Homens, onde apenas estes podem participar e a 15 de Agosto uma grande festa em homenagem a Santo Isidoro e Santíssimo Sacramento que atrai inúmeros visitantes de outros concelhos e da vizinha Espanha.
A Capela de Santa Catarina situa-se no lugar de Antinha perto do Ladoeiro no concelho de Idanha-a-Nova. Esta capela guarda uma imagem de Santa Catarina de Sena muito antiga, inspiradora de forte devoção. É um pequeno e harmonioso templo datado de 1872.
Ora a lenda de Santa Catarina é originária da seguinte freguesia:
Andava um honrado lavrador a amanhar a terra com uma junta de vacas no sítio da Antinha, conta-se que um dos animais morreu repentinamente.
Aflito e desgostoso com a perda de tão útil como necessário animal pôs-se o lavrador a chorar a sua pouca sorte, pois, acabava de perder o "ganha-pão" da sua numerosa e necessitada família e implorava, por isso, o auxílio divino. Apareceu-lhe, então, Santa Catarina que devolveu a vida ao animal e lhe ordenou para ir ao povoado contar o sucedido e dizer do seu desejo que naquele preciso local fosse erguida uma capela em sua honra, mas com o alpendre voltado a poente.
Acudiram os habitantes a satisfazer prontamente o pedido mas virando o alpendre a nascente como era costume na época, pensando que o lavrador vidente se havia equivocado.
No dia seguinte, porta e alpendre estavam caídas no chão. Refizeram a obra deixando na mesma o alpendre dirigido a nascente e de novo ele voltou a ruir. Convenceram-se, então, os habitantes de que o lavrador não se havia enganado e executam a obra segundo as indicações recebidas.
E ainda hoje podemos apreciar a capela com a porta e o alpendre voltados a poente e, estamos certos, a fé dos ladoeirenses jamais deixará cair por terra este pequeno templo que tanto carinho e estima infundem ao povo do Ladoeiro.
PROF. KIBER SITHERC
Feira do Ladoeiro em tempos idos
A capela de Santa Catarina