Esoterismo, Lendas, Mitos, Parapsicologia, Auto-Ajuda. kiber-sitherc@sapo.pt

10
Jan 11

 

            O filipino Antonio Agpoa transformou a cirurgia mediúnica num grande negócio e iniciou uma tradição

 

            Foi no final da década de 60 que os cirurgiões psíquicos ganharam notoriedade, graças à publicação de The Wonder Healers of the Philippines (Os Maravilhosos Curandeiros das Filipinas), do escritor esotérico americano Harold Sherman.

 

             O mundo foi então apresentado a Antonio Agpoa, um curandeiro filipino que não foi o primeiro cirurgião mediúnico, mas que popularizou o estilo de cirurgia com as mãos em que se pode observar o sangue jorrando e a retirada de tecidos. Mais do que isso, ele transformou suas curas num óptimo negócio. Após a publicação do livro, em 1967, e da exibição de documentários também feitos por Sherman, pacientes-turistas dos Estados Unidos e da Europa começaram a ir em grandes excursões para se consultar na clínica de Agpoa nas proximidades de Manila, capital das Filipinas. O homem havia se tornado um pop star. No final de 1967, ao fazer uma viagem aos Estados Unidos, Agpoa foi acusado de fraude por vários de seus ex-pacientes e acabou sendo preso. Após pagar uma fiança de 25 mil dólares, fugiu de volta para as Filipinas.

 

            Tudo isso teve pouco impacto em sua carreira. Não se sabe quanto dinheiro Agpoa amealhava, entre pagamentos de “consultas” e doações. O facto é que, em pouco tempo ele conseguiu construir um hotel cinco estrelas para hospedar obrigatoriamente as pessoas que queriam se tratar com ele. Não bastasse isso, sua mulher abriu uma operadora de turismo especializada em promover excursões de pacientes. Foi acusado de fraude diversas vezes, mas continuou operando até morrer por causa de um derrame, em 1982.

 

             A principal ironia, que não passou despercebida a seus críticos, é que, mesmo vivendo na meca dos cirurgiões psíquicos, muitos ensinados por ele, e mesmo dizendo-se capaz de curar inclusive câncer, Agpoa acabou recorrendo a um hospital dos Estados Unidos quando precisou fazer uma cirurgia de apêndice.

 

            As Filipinas sempre tiveram uma “tradição” em curandeiros alternativos. E, hoje em dia, quando o assunto é cirurgia psíquica, é sempre citado como o principal centro mundial. O segundo lugar mais lembrado é o Brasil.

 

             Não há estatísticas confiáveis sobre o número de cirurgiões brasileiros, mas o facto é que alguns deles atendem tantas pessoas que conseguem destaque inclusive no exterior, como nos casos de Zé Arigó e João de Deus. As explicações para esse sucesso são várias. “Essas práticas são notáveis em todos os países onde o sistema de saúde é falho”, diz o psicólogo Wellington Zangari. “Também temos grupos religiosos que definem muito bem o que é e o que não é saúde. Em alguns deles, se você não tem saúde, é porque o diabo está no seu corpo. A solução é tratar o espírito com exorcismo.”

 

            O psiquiatra Frederico Leão aponta ainda outro factor: o alto custo do tratamento de doenças graves. “A medicina tornou-se muito cara, o que faz as pessoas mais simples considerarem outras alternativas, como os curandeiros.”

 

PROF. KIBER SITHERC

 

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publicado por professorkibersitherc às 23:17

 

            No Brasil, essas técnicas começaram a ficar conhecidas na década de 50, quando entrou em actividade o primeiro cirurgião psíquico brasileiro a conquistar fama: José Pedro de Freitas, o Zé Arigó. Nascido em 1921, ele casou-se aos 25 anos. Depois disso, ao longo dos nascimentos de seus cinco filhos, teria começado a escutar uma voz numa língua estranha. Isso durou anos, até que uma noite teve um sonho bastante nítido. Estava numa sala de operações, entre médicos e enfermeiras que realizavam uma cirurgia. No comando, estava um médico que era o dono da voz que Zé Arigó tanto escutava. Era o doutor Fritz, que o havia escolhido para continuar sua missão na Terra. Sua primeira cura teria sido realizada logo após essa revelação. Ao encontrar um amigo aleijado que precisava de muletas para andar, teria ordenado: “Já é hora de largar essas muletas”. E ele assim fez, e nunca mais teria tido problemas para andar. Nessa mesma época, conheceu o então senador Lúcio Bittencourt, que sofria de câncer no pulmão. Arigó teria feito uma cirurgia e extirpado o tumor, curando totalmente o político.

 

            Montou então uma clínica na cidade de Congonhas, no interior de Minas Gerais, onde chegou a atender cerca de 200 pessoas por dia. Para algumas, receitava remédios e, para outras, cirurgias que não duravam mais do que alguns minutos. Usava as mãos, facas enferrujadas ou até mesmo serrotes. Alguns médicos diziam que suas cirurgias eram reais, enquanto outros asseguravam que não passava de charlatanice. Ao longo de 30 anos de “carreira”, operou cerca de 2 milhões de pessoas e sofreu dois processos por exercício ilegal de medicina. O primeiro em 1958, mas recebeu perdão do presidente Juscelino Kubitschek (cuja filha teria se tratado com Arigó), e o segundo em 1964, quando chegou a passar sete meses na cadeia.

 

            Como na maioria dos casos de cirurgiões mediúnicos brasileiros, Zé Arigó não cobrava nada. Por outro lado, a sua família era dona das duas principais farmácias de Congonhas (onde os pacientes deviam comprar as suas ervas e remédios), de um hotel e de uma loja de lembrancinhas.

 

            Um facto curioso é que Zé Arigó teria previsto a própria morte. Sabia que iria morrer num acidente de carro, de maneira violenta. E, em 1971, isso realmente aconteceu. Mas aparentemente o doutor Fritz não deu a sua tarefa por encerrada. O próximo a dizer que recebia o espírito do médico alemão foi o ginecologista Edson Queiroz. Ele viveu até 1991, mas, desde 1986, o engenheiro Rubens Faria Jr. começou a fazer cirurgias dizendo também receber o espírito de Fritz. No final da década de 1990, foi a vez de Maurício Magalhães clamar para si o posto de médium que incorpora o espírito do habilidoso cirurgião. Todos tinham métodos de trabalho parecidos e o mesmo sotaque alemão quando entravam em transe. E todos foram acusados de fraude similares.

 

            Os próprios cirurgiões psíquicos costumam dizer que a operação visível é dispensável. Mas o que poderia estar actuando então? “Há pesquisas que apontam evidências de que algumas pessoas são capazes de influenciar o corpo de outras”, diz o psicólogo Wellington Zangari, coordenador do Inter Psi (Grupo de Estudos de Semiótica, Interconectividade e Consciência), da PUC de São Paulo. É o que a parapsicologia chama de biopsicocinese (bio-PK). Alguns estudos apontam que é possível induzir pequenas alterações nos batimentos cardíacos, na pressão sanguínea e na condutividade eléctrica da pele, além de outros efeitos. “Em 2002, realizamos uma pesquisa em conjunto com a Universidade de Nevada, nos Estados Unidos”, conta Zangari. “Reunimos um grupo de médiuns de umbanda em São Paulo que tentaram influenciar o corpo de uma pessoa que estava numa sala totalmente isolada, a quase 10 mil quilómetros de distância, nos Estados Unidos. As diferenças entre os períodos em que os médiuns estavam agindo e em que eles não agiam foram pequenas, mas significativas”, diz o pesquisador. “Isso é muito menos do que os cirurgiões psíquicos prometem, mas é a única coisa palpável que temos do ponto de vista da pesquisa empírica.”

 

            Mas os cirurgiões preferem atribuir seu sucesso aos espíritos. Os adeptos do espiritismo acreditam que espíritos desencarnados podem se manifestar por meio de médiuns. Essas intervenções poderiam ser físicas ou apenas no campo energético, actuando directamente no espírito do paciente. Essa cura no espírito pode ter reflexos no corpo. “Práticas espirituais e religiosas têm impacto na saúde das pessoas, mas ainda se está estudando o que está por trás disso”, diz o psiquiatra espírita Frederico Leão. Os resultados dependem então da fé do paciente? “É importante, mas não determinante”, afirma Leão. Médico das Casas Santo André, uma instituição espírita em Guarulhos, município na Grande São Paulo, que cuida de pessoas com deficiência mental, ele estuda os resultados de intervenções espirituais nesses pacientes, todos eles com algum tipo de retardo mental. O objectivo não é atingir a cura, considerado impossível nesses casos, mas sim tentar aliviar alguns problemas, como agressividade, convulsões e recusa em se alimentar. “Há casos em que os problemas cessam. Mas há também aqueles que não apresentam mudança alguma”, diz Leão. “Nenhuma prática espiritual substitui o tratamento médico convencional. Ela é apenas um complemento.”

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

Zé Arigó, no centro, morreu em 11 de Janeiro de 1971

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publicado por professorkibersitherc às 18:54

 

            A notícia de que nas Ilhas Filipinas alguns curandeiros sem o mínimo título efectuavam operações cirurgias com êxito e sem dor, impressionou a classe médica e levou-a a examinar o assunto, na base de uma supervisão extremamente rigorosa. O facto transcendeu todos os países e latitudes, atraindo tanto os médicos eminentes desejosos de saber o que havia de verdadeiro no assunto, como também centenas de pacientes que confiavam nos resultados positivos para os seus males mais ou menos graves. A realidade é que estes curandeiros ou “sanadores” como ali lhes chamavam, efectuavam intervenções cirúrgicas sem outro instrumento além das próprias mãos e dos poderes ocultos da sua mente, aparentemente muito bem preparada.

 

            Mais de quinhentos assistentes no II Congresso Nacional de Parapsicologia, que se realizou no mês de Outubro de 1974 na cidade de Barcelona, tiveram oportunidade de assistir a um filme de quase trinta minutos de duração, realmente arrepiante e convincente. Tão notável documento foi apresentado e comentado pelo conhecido parapsicólogo e professor da Universidade de Madrid, doutor Gérman de Argumosa, que estudou directamente no local aquele singular fenómeno da cirurgia Psi praticada pelos curandeiros filipinos. Posteriormente, e em diferentes ocasiões, a Televisão Espanhola (para apenas citar as demonstrações levadas a cabe em Espanha), divulgou sensacionais documentários em que se pode apreciar, sem deixar lugar a dúvidas, a técnica e os resultados desta psico-cirurgia, em pleno século XX.

 

            Inicialmente, o fenómeno teve muitos detractores e um sector da classe médica condenou o processo, atribuindo-o a simples sugestões, a falsos enfermos preparados e a charlatanice teatral de pretensos “mestres”. Contudo, quando se toma conhecimento da vasta série de médicos, físicos e investigadores que estudaram o problema a continuam a estudá-lo; quando se tem possibilidade de seguir o processo das investigações na tela e no receptor da televisão, e quando, além disso, se conhece a categoria das personalidades que ocorrem às Filipinas para serem operadas, torna-se necessário investigar este fenómeno em profundidade. Cientistas credenciados tiveram oportunidade de presenciar operações ao apêndice, extirpação de tumores, de gânglios, de sinusite ou de fígado, sem outra intervenção para além das mãos do “senador” e um pouco de algodão. Não se verificou nem dor, nem hemorragia incontível, nem infecções… tudo sucedeu como se tivesse sido realizado com as máximas garantias científicas, numa clínica operatória dos Estados Unidos ou Alemanha.

 

            Uma operação de cirurgia “Psi”, feita pelos curandeiros das Filipinas (à frente dos quais se encontrava o popular doutor Rhundan), começou com um brevíssimo período de concentração por parte do “cirurgião”. Em seguida, este passou a localizar a região do corpo do paciente que deveria ser objecto da sua intervenção. Encontrada a área, os seus hábeis dedos começaram a comprimir a carne do enfermo, como se estivessem a amassar pão, e ao fim de pouco tempo, foii emergindo o tecido ou órgão que foi objecto de extirpação. Uma suave hemorragia de sangue negro fluiu lentamente, e em escassos segundo (que nunca costumam prolongarem-se por mais de dois ou três minutos), a operação terminou, sem que a doente apresentasse cicatriz ou hematoma, visto que, quando o curandeiro retirou as mãos, a epiderme ficou intacta. O operado que assim o deseje, poderá ir contemplando o decurso da intervenção, por meio de um espelho conveniente colocado, sempre sem precisar de anestesia farmacológica. Ao levantar-se da cama, segundos depois da operação, pode andar pelo seu próprio pé, mesmo no caso das intervenções mais complicadas.

 

            Como é possível esta regular emergência do tecido ou órgão maligno? Como se pode suportar a abertura dos tecidos sem dor? Como fica fechada a epiderme depois da intervenção? Como é possível que o operado se levante e ande pelo seu próprio pé sem dificuldade nem fraqueza? As incógnitas são tantas e tão complexas que a medicina oficial se debate diante do facto, que não consegue explicar racional e cientificamente, e que ultrapassa todos os limites da normalidade. Apesar de este tipo de intervenções se virem a realizar nas ilhas Filipinas já que há muito tempo, em clãs tribais quase sem contacto com a civilização ocidental, as primeiras actuações públicas e anotadas dos “sanadores” tagalos iniciaram-se no ano de 1955. De então data a especialíssima atenção que o Ocidente dedicou ao tema, interesses esses que aumentam dia após dia.

 

            Nem toda a gente pode ser um cirurgião “Psi” e mesmo aqueles que possuem os dotes necessários (ainda não concretizados), precisam de um período iniludível de treino. Alguns efectuam as intervenções em estado de transe e outros em plena normalidade das suas faculdades. Condição imprescindível para os seus êxitos profissionais é o seu carácter gratuito. O curandeiro crê firmemente em que receber dinheiro pelo benefício que produz pode prejudicar notavelmente os seus poderes. Tal facto demonstra, por outro lado, que não existe fraude de tipo comercial ou lucrativo, como pode suceder no caso de muitos curandeiros ocidentais.

 

            A veracidade destas intervenções cirúrgicas apresenta inúmeras matizes, em casos como o do “sanador” Tony Ajpao, o aluno mais avançado em cirurgia “Psi” de todas as Filipinas. Este curandeiro iniciou as suas intervenções sem o mínimo lucro, como o resto dos seus companheiros de iniciação. Posteriormente, em face da enorme e qualificada clientela que recebia dos mais diversos pontos do globo, estabeleceu uma tarifa que chegou a alcançar vencimentos muito importantes. Pois bem, Ajpaoa, segundo as últimas notícias, parece ter perdido grande parte da sua eficácia e, consequentemente, uma considerável parte da sua clientela. Em contrapartida, Virgílio Gutiérrez ganhou grande popularidade nos últimos anos.

 

            A verdade é que a ciência dedicou uma notável atenção ao tema; desde destacados membros da Associação Científica da antiga URSS até eminentes discípulos de Jung, visitaram o arquipélago para presenciar operações “Psi”, sem terem podido descobrir fraude alguma. As operações levadas a cabo já somam muitos milhares, em que uma personagem calculada em oitenta e sete por cento teve resultados positivos.

 

            Quando se pergunta aos curandeiros filipinos qual a sua técnica, estes afirmam que agem guiados por uma força exterior, da qual são o elemento mediador. Por enquanto, as incógnitas não têm explicações científicas. Resta apenas considerar que tais factos são possíveis (como todas as curas “Psi”), graças à conjugação de poderes paranormais do iniciado ou praticante com fé indestrutível do paciente.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

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04
Mar 10

Menino fantasma é fotografado em escola

 

            As fotos de “fantasmas” são intrigantes e um grande mistério para a Parapsicologia, segundo uns são do “pensamento”, outros defendem que são mesmo do além túmulo. Um menino fantasma assombrou uma escola numa localidade do Reino Unido!
 
            O construtor John Workman foi contratado para demolir uma velha escola  em Fores Hull, East Yorkshire. Para mostrar seu trabalho aos contratantes ele realizou várias fotos do serviço com seu telemóvel e fez uma descoberta surpreendente ao transferí-las para o computador: uma imagem sinistra de um garoto com aproximadamente 8 anos com cabelo curto e vestindo roupas antigas aparecia em uma delas.

            Fores afirmou ao The Sun: "Tirei algumas fotos e no momento não percebi nada. Mas quando eu coloquei as fotos no computador e vi a figura do menino, eu não pude acreditar no que tinha fotografado''.

            "Eu não acreditava em fantasmas, mas desde que eu tirei esta foto eu não estou
tão certo."

            A escola, que ainda está em uso, foi construída em 1936 e o antigo porteiro Gordon Bradshaw, 54, disse que o local tem reputação de ser assombrado.

            Ele disse: "Trabalhei aqui por 29 anos e as crianças sempre disseram que  há um fantasma na escola".

            Rob Taylor, um paranormal da Ghost Hull Society, disse: "Eu nunca vi nada tão claro e tão distinto como o menino na foto''.
 
PROF. KIBER SITHERC
 
 O construtor John Workman, com o telemóvel que fotografou o fantasma.
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14
Dez 09

 

 

            No campo da fenomenologia Psi-Gama, as experiências “fora do corpo” são mais correntes do que se pensa, embora a maioria das pessoas com quem se verificam espontaneamente prefiram não falar delas, por medo do ridículo, ou simplesmente porque não as compreendem e as consideram como um pesadelo. Foi no século passado, na década de 80, que Sylvam Muldoon e o Dr. Carrington explicaram os referidos fenómenos de maneira lógica numa obra considerada já clássica, sobre a projecção astral. Muldoon era o ser projectado e Carrington o investigador. Quando a projecção astral, de forma experimental é levada a cabo em condições controladas e com equipa de investigadores que super visam todas as fases da experiência não comporta qualquer tipo de perigo.
 
            Como se produz o fenómeno? Vamos explicar de maneira breve como funciona a projecção astral. O caso típico é o de uma pessoa que, de repente, tem a sensação de se elevar acima do seu corpo, geralmente a uma hora tardia da noite ou da madrugada, quando o nível de consciência é mais baixo. Contudo, muitos casos referem-se a indivíduos completamente acordados, uma vez que a viagem astral não está, de modo algum, reservada ao estado de sono. A princípio ficam assustados e confusos, especialmente quando vêem o seu próprio corpo adormecido por baixo deles. Por vezes, encontram-se de pé, a um canto do quarto, contemplando-se “a si mesmos” e então perguntam a si próprios se estarão mortos. Outras vezes, sentem-se arrastados para o campo a grande velocidade e viajam até lugares muito distantes. Durante esses rápidos transportes, acham-se inteirados da sua condição individual, embora o mundo que os rodeis seja invariavelmente descrito timoratamente, pois tudo parece mais agudo e definido que no estado normal.
 
            Alguns viajantes astrais referem-se a uma luz banco azulada que tudo ilumina e não têm qualquer dificuldade em ver ou em atravessar paredes ou penetrar em casas alheias. Visitam principalmente pessoas ou lugares que, durante algum tempo desejaram ver, consciente ou inconscientemente, embora por vezes possam ir a locais que não lhes são de modo algum familiares. Uma vez presentes num local diferente da sua cama, esses viajantes astrais podem ser excelentes observadores. Na realidade, e com grande frequência, são mais penetrantes e recordam com tais pormenores o que viram, do que se tivessem entrado pela porta, usando o seu corpo físico. Isto demonstra que os nossos corpos físicos nos diminuem os sentidos, e que a nossa personalidade autêntica melhora quando utilizamos os nossos duplicados etéreos, ou seja, os chamados olhos e ouvidos internos. Isto aplica-se, ao que parece, tanto à ausência temporal do corpo físico, chamada projecção astral, como ao exílio permanente chamado morte.
 
            A única diferença reside na presença ou ausência de um minúsculo elo chamado o cordão de prata, que liga a personalidade astral ao corpo físico, tal como um aparelho respiratório liga o mergulhador ao posto de controlo a bordo do barco, à superfície do mar. Quando se corta o referido elo, a pessoa não pode regressar ao corpo e então produz-se aquilo a que chamamos “morte”. É bem verdade que isso pode suceder, por acidente, nas excursões astrais, embora seja extremamente raro e implique uma grande falta de precaução por parte do viajante ou, naturalmente, a interferência de qualquer pessoa, que não está ao corrente da situação, sobre o corpo que ficou “adormecido”. Este é o principal perigo da projecção astral, pelo que se deve sempre recomendar a uma pessoa que possua este dom, que feche a porta durante a noite e que dê instruções explícitas para que ninguém tente despertá-la. Compreendo como isso há-de ser difícil, na época de cepticismo que atravessamos, mas não há outra alternativa para a auto-projecção, uma vez que não é possível reprimir a projecção astral involuntária, do mesmo modo que é impossível conseguir que o cérebro deixe de pensar. Sob o ponto de vista científico, a projecção astral é, antes de mais, uma experiência subjectiva e apenas uma grande quantidade de testemunhos paralelos pode proporcionar pistas sobre o seu sistema de operação. Contudo, estão arquivados alguns casos comprovados, em que o viajante astral foi visto, ouvido ou sentido pelos que estavam no outro extremo da viagem, consolidando deste modo uma experiência subjectiva por meio da observação objectiva.
 
 
            Qual é o tempo da duração de uma viagem astral? Estamos certos de que passa uma quantidade mínima daquilo a que chamamos tempo entre os dois extremos da viagem, posto que a velocidade da viagem astral não pode ser maior que a do pensamento ou da luz, como antigamente se julgava. Até o pensamento tarda certo tempo a viajar, apesar de ser capaz de cobrir distâncias imensas em fracções de segundo. Mas o pensamento e a projecção astral são impulsos eléctricos e não podem viajar sem uma certa perda de tempo, por mínima que seja. Um dia, quando tivermos fabricado aparelhos que meçam essas fracções de segundo, descobriremos, sem dúvida, que existe um reduzido factor de demora entre os dois extremos da rota astral. A duração da viagem astral, varia segundo o estado de descontracção do indivíduo. Um indivíduo muito nervoso, em breve sentirá o pânico e o desejo de regressar ao leito, pelo que levará pouco tempo a reajustar-se ao corpo, como que atraído por um elástico e sofrendo uma certa sensação desagradável.
 
            Esta sensação, segundo alguns que a experimentaram, é como a queda de uma grande altura ou uma rotação rapidíssima em espiral, para se acordar subitamente na cama, como se acabasse de sofrer um pesadelo, o que não deixa de ser verdade. Estamos convencidos de que a sensação de queda não se deve, de modo algum, a uma queda física, representando unicamente a súbita desaceleração da velocidade vibratória do indivíduo. A viagem astral, tal como a vida psíquica, possuem um índice de velocidade muito mais elevado do que a vida física. Assim, quando a personalidade se vê, de súbito, desviada da sua carreira, por assim dizer, e obrigada a reduzir a sua velocidade, produz-se uma condição de choque. A atmosfera mais densa em que se movem os nossos corpos físicos requer um índice de pulsação mais lenta. Normalmente, na projecção astral, a pessoa regressa gradualmente ao seu corpo e o processo é metódico e regular, sem efeitos nocivos. Mas quando o regresso é excessivamente rápido, não há tempo para a regularidade e o resultado é um sibilar devido à brusca travagem do veículo corporal.
 
            Os psiquiatras tentaram explicar a sensação tão vulgar de se cair de uma grande altura, durante o sono, como uma expressão de temor. O equívoco desta explicação reside em que a dita experiência se torna tão frequente que não pode abarcar todas as pessoas que a sentem. Na realidade, muitas delas jamais tiveram temores ou complexos de medo. Além disso, alguns viajantes astrais já experimentaram esta sensação estando parcial ou totalmente acordados. Somos de opinião de que se trata de um sintoma muramento mecânico, em que o corpo etéreo se vê obrigado a inserir-se no corpo físico a um índice de velocidade demasiado elevado. Naturalmente, essa sensação não origina qualquer transtorno permanente. Os momentos de confusão subsequentes não são piores que a bruma mental que frequentemente se experimenta ao acordar depois de um sonho muito vivido, sem que tenha havido projecção astral. Muitos viajantes astrais sentem-se cansados, como se tivessem dispendido uma grande energia física, o que também é certo.
 

 

 

              Vejamos alguns casos de visitas astrais.
            Betsy, é uma jovem que viajou, na sua forma astral, mais de mil quilómetros. Betsy viu-se projectada para a casa de sua mãe. “Quando entrei, apoie-me no armário dos pratos, postura que costumo adoptar frequentemente, olhei para a minha mãe, que estava inclinada sobre uma coisa branca, fazendo algo com as mãos. Ela, ao princípio, não pareceu ver-me, mas, por fim, ergueu o olhar. Experimentei uma grata sensação, continuei sem me mover mais um segundo e, por fim, dei meia volta e andei quatro passos.”
            Então; Betsy acordou. O relógio da mesa-de-cabeceira marca 2.10 da madrugada. A impressão de ter visto a sua mãe a mais de mil quilómetros de distância foi tão forte que, na manhã seguinte, Betsy escreveu aos seus perguntando-lhes se, naquela noite, tinham sentido qualquer experiência fora de vulgar. A resposta da mãe veio numa carta que começava com as seguintes palavras: “Porque não ficas em casa, em vez de vires tão longe enquanto dormes? Sabes que estiveste aqui durante uns segundos?” A mãe afirmou que o momento em questão foi à 1.10 da madrugada. E a carta prosseguia: “De acordo com o vosso horário deveriam ser aí duas horas e dez minutos. Eu estava a passar a ferro uma blusa, na cozinha, porque não conseguia dormir. Ergui o olhar e vi-te, junto do armário, a sorrir-me. Ia fala-te, quando desapareceste inesperadamente. “A jovem, segundo a mãe que só a viu da cintura para cima, vestia a camisa ligeira que usara para dormir nessa noite.
 
            Um dos casos mais surpreendentes de projecção astral, aconteceu com uma jovem nipo-americana, chamada Mia Yamaoka, que havia tido experiências psíquicas em diversas ocasiões. Uma faceta das suas qualidades (percepção extra-sensorial), foi a sua extraordinária capacidade para se projectar de maneira astral, a fim de entrar em contacto com parentes que tinha perdido de vista.  
            A jovem havia lido um livro muito instrutivo sobre auto-hipnose e seguia as suas instruções em relação ao modo como devia descontrair-se devidamente. “Estendi-me na cama e concentrei-me num pequeno objecto que estava perto do leito. Segui as instruções do livro sobre a hipnose, dizendo a mim mesma que tinha de descontrair-me, que estava adormecida, e respirei profundamente, começando a contar. Depois de fazer isto diversas vezes, senti que o meu corpo se elevava até ao tecto, e ordenei a mim mesma que fosse visitar uma irmã que se encontrava num hospital em Los Angeles. Nessa altura eu vivia em Nova Iorque.  Nesse momento, ao elevar-me até ao tecto, apercebi-me de que o meu outro corpo continuava na cama ou, pelo menos, tive essa impressão. Pareceu-me então sair do quarto pela janela. Senti-me a voar pelos ares. Passava pelos prédios e através deles, vendo as pessoas a dormir nas suas camas, atravessando paredes e quartos. Também me recordo de que o céu tinha uma cor azul escura, quando eu voava em sítios onde não havia edifícios. De súbito, avistei as ondas do oceano que batiam contra as rochas e tive a sensação de me encontrar na Costa Oeste. De repente, aterrei positivamente num parque. Perto, erguia-se um edifício semelhante a um hospital. Apareceu a minha irmã e, como havia dezanove ou vinte anos que não nos víamos, choramos e abraçamo-nos fortemente.”
 
            “Estudei o seu rosto e observei que havia envelhecido bastante desde a última vez que nos tínhamos visto. Tive consciência do desejo de recordar algo que comprovasse aquela visita e examinei cuidadosamente as roupas que ela vestia. Trazia um vestido branco com orlas negras. Uma semana depois da primeira experiência, decidi voltar a experimentar visitar outra das minhas irmãs. Esta também vivia em Los Angeles. A experiência foi idêntica. Voei tal como da primeira vez e pareceu-me chegar a Los Angeles, num abrir e fechar de olhos. Vi a água a lamber a costa rochosa, e encontrei-me rapidamente numa rua. Um pouco afastada havia uma casinha, com umas árvores em frente, que não a ocultavam, e reparei num pequeno alpendre. Não tinha notícias da minha irmã havia dois anos, e da última vez que soubera dela, estava a vier num prédio de apartamentos. Por isso, pensei que não podia ser ali que vivia a minha irmã. Apesar disso, chamei-a timidamente diversas vezes, sem que ninguém aparecesse. Decidi comprovar aquela visita, se fosse possível, mas tornava-se difícil escrever-lhe. Especialmente porque nada sabia dela havia algum tempo e não conhecia a sua morada.”
 

 

            “Por fim, redigi a carta e dirigi-a à última morada que conhecia da minha irmã, pedindo que lha remetessem para onde ela estivesse, o que constituía um meio indirecto de comunicação. Depois disso, a minha irmã voltou a manter correspondência comigo. Há um mês, tive ocasião de visitar a casa. Respondeu-me que eu havia descrito com grande exactidão a casa em que então residia. E afirmou que se tratava de uma casa pequena com um alpendre não muito grande. Acrescentou que a casa se erguia ao fundo de um terreno e que diante dela cresciam algumas árvores”.
 
            As viagens astrais, podem acontecer involuntariamente, muitas vezes acordamos com uma sensação de queda, isso é devido a um início de uma viagem astral que foi mal sucedida, ai o corpo etéreo aterrou bruscamente no corpo físico, dando a sensação de queda.
            O que é mais fantástico, como aconteceu com a jovem nipo-americana, Mia Yamaoka, é seleccionarmos a viagem voluntariamente e a conduzirmos segundo o nosso desejo através do pensamento.
            Se quiser fazer viagens astrais terá que praticar. Primeiro deverá escolher um sítio calmo, sem barulho nem ruídos, possivelmente na sua cama ou num sofá.
            Depois, deverá relaxar o seu corpo, totalmente, quando se sentir leve como uma pluma, visualize que você lentamente se vê flutuando, imagine que o seu corpo físico, está estendido na cama e você está a observar esse corpo adormecido. Então conduza o seu corpo etéreo para onde quiser ir. Se tiver dificuldade contacte o meu email: kiber-sitherc@hotmail.com
 
PROF. KIBER SITHERC
 

 

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publicado por professorkibersitherc às 12:40

04
Dez 09

 

 

            Através da História encontramos referências aos mais extraordinários casos de desdobramento involuntário, fenómenos chamados bilocação, quase sempre em pessoas de grande espiritualidade, cujo corpo astral não tinha dificuldades em separar-se do físico. Existem muitas referências de santos e místicos que estavam, ou pareciam estar em dois lugares ao mesmo tempo. Os historiadores latinos, tácito, nos seus Anais e Suetónio em Os Doze Césares, já falam de pessoas que foram vistas ao mesmo tempo em dois locais muito distantes. Em pleno cristianismo, são diversos os eruditos e autores religiosos, entre eles Santo agostinho, que relatam casos extraordinários de bilocação (do latim bis e locus, lugar ou sitio).
 
            Os casos mais conhecidos de bilocação ou desdobramento involuntário são os de Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), Santo António de Lisboa (1195-1231), São Francisco Xavier (1506-1552), São José de Copertino (1603-1663) e Maria de Jesus de Agreda (1602-1665).
            Sobre Santo Afonso Maria de Ligório, o seu biógrafo, J. de Gigord, na sua obra Histoire de Saint Alphonse de Liguori, estudou os factos através dos testemunhos oficiais da causa, instruídos e aprovados pela Sagrada Congregação dos Ritos. Ali se conta como o bispo de Ligório, na manhã de 21 de Setembro de 1774, depois de ter dito missa, se deixou cair numa cadeira e ficou profundamente adormecido. Como se tivesse sofrido um estranho desmaio, permaneceu quase dois dias nesse estado. Um dos seus criados quis despertá-lo, mas o seu vigário geral, D. Nicolás de Rubino, conhecendo o seu delicado estado de saúde, ordenou que o deixasse descansar sem o perder de vista.
 
            Assim se fez, ao voltar a si, Ligório chamou os seus servidores, que não puderam ocultar a ansiedade que sentiam pelo seu estado, visto que tinha passado quase dois dias sem dar sinais de vida. “Julgáveis-me adormecido – observou Ligório – mas não foi assim. Fui assistir ao Papa que morreu”. Efectivamente, o Papa clemente XIV, faleceu em 22 de Setembro, às 13 horas, exactamente no momento em que Ligório despertou.
 
            Não é menos extraordinário o caso de são Francisco Xavier, visto que teve lugar fora de qualquer êxtase. O facto sucedeu em 1571, a bordo do veleiro em que Francisco Xavier navegava para a China. Á noite, a embarcação enfrentou uma violenta tempestade era tal o ímpeto do vento e das ondas que quinze homens decidiram meter-se num barco salva-vidas, crendo que assim teriam mais possibilidade de se salvar daquela tormenta. O resultado foi que o vendaval separou as duas embarcações e em breve se davam por perdidos os quinze homens. Mas Francisco Xavier, que havia ficado a bordo, orando por todos, anunciou que os desaparecidos seriam encontrados ao terceiro dia.
            A predição realizou-se tal como ele prognosticara; a chalupa com os quinze homens foi avistada ao terceiro dia e os homens considerados perdidos subiram para bordo do veleiro, sãos e salvos. O mais extraordinário é que os recuperados afirmavam que deviam a sua salvação às destras manobras levadas a cabo por Francisco Xavier a bordo do salva-vidas, e não acreditavam, como lhes diziam os seus companheiros do navio, que o religioso tivesse estado sempre a bordo do veleiro. A bilocação é a única interpretação de tal facto.
 
            Existem narrações semelhantes sobre todos os santos citados anteriormente.
            De Maria de Jesus de Agreda conta-se que, no decurso dos seus numerosos êxtases, se deslocou para junto dos índios do México que desejava evangelizar.
            Do papa São Clemente I, do século I, conta-se que, encontrando-se em Roma, se deslocou a Pisa, durante o sonho, para consagrar uma igreja a são Pedro, onde todos os fiéis o viram oficiar. Mas ele não se havia deslocado de Roma.
            E Santa Liduvina, a taumaturga de Flandres (1380-1433), que aos quinze anos sofreu uma queda no gelo, partindo uma costela e tendo que guardar o leito até ao final dos seus dias, sempre sofrendo dores horríveis, também se contam bilocações durante os seus êxtases.
 
            Sobre tais factos considerados noutros tempos como milagres, e que hoje caem no campo da investigação parapsicológica, o padre Serafim, nos seus Principes de Théologie Mystique, afirma, seguindo teorias eminentemente religiosas: “A bilocação faz-se apenas de duas maneiras, ou em espírito ou em corpo e alma. Quando tem lugar unicamente em espírito e é acompanhada de aparição, a presença da pessoa é física no sítio onde fica o corpo, e só é representativa no sítio onde tem lugar a aparição, em que o espírito se apresenta visivelmente revestido de um corpo. Quando a bilocação se faz em corpo e alma, a presença da pessoa física encontra-se onde o corpo e a alma se apresentam de uma maneira visível e de um modo representativo no local que a pessoa deixa. No primeiro caso, o corpo que o espírito toma para se tornar visível, representa a pessoa que, fisicamente, está noutro sítio; no segundo caso, o corpo que parece ter ficado e não se ter movido, representa a pessoa por intermédio de um anjo, enquanto a pessoa propriamente dita partiu em corpo e alma”.
 
            Os parapsicólogos e físicos que estudam actualmente estes fenómenos do corpo astral não acreditam na intervenção angélica, nem conseguiram estabelecer o mecanismo exacto que dá lugar a tal fenómeno. Existem muitas teorias e factos demonstrados. Mas, apesar das experiências feitas com indivíduos ultra sensíveis e dotados, o desdobramento do corpo físico é um dos fenómenos mais intrigantes da Psi-Gama e um dos mais sugestivos desafios que o psiquismo continua a apresentar à parapsicologia.
 
PROF. KIBER SITHERC
 
 

 

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30
Nov 09

 

           No estudo da Parapsicologia é frequente encontrarem-se casos estranhos de pessoas que em determinadas circunstâncias e muito especiais, começaram, de súbito, a expressarem-se em idiomas ou línguas estrangeiras, por vezes múltiplas, que nunca tinham estudado anteriormente.

            Durante muitos séculos, esses factos foram atribuídos à influência dos demónios, através da posse demoníaca e aos espíritos de seres defuntos. Mas nada está mais longe da realidade. Trata-se de um fenómeno maravilhoso do nosso inconsciente, mais um dos que a Parapsicologia estuda e que oferece possibilidades incríveis. Mas analisemos em que consiste e como se classifica cientificamente. O fenómeno da xenoglosia foi assim denominado por Charles Richet, o famoso metapsíquico considerado o pai da Parapsicologia (1880-1935), o sábio francês, professor de fisiologia na Faculdade de Medicina e Prémio Nobel em 1913 pelos seus trabalhos sobre fisiologia: a seroterapia e a anafilaxia. Entre os muitos livros que escreveu, sobre diversos temas, figura o célebre Tratado de Matapsíquica que foi traduzido para dezenas de línguas.
 
            A xenoglosia (do grego xenos = estrangeiro, e glotto = falar línguas) ou dom das línguas, como se lhe chamava antigamente, é um fenómeno um tanto especial, pois embora a xenoglosia propriamente dita costume ser falada, também pode manifestar-se sob a forma de escrita da língua ou do idioma estranho, caso em que temos a escrita automática, uma manifestação do âmbito do inconsciente, que se produz especialmente em certos estados patológicos. É o conhecido fenómeno em que alguns médiuns adquirem a faculdade de falar ou escrever, em estado de transe, um idioma que nunca aprenderam, faculdade essa que nos recorda o “dom das línguas” atribuído a vários apóstolos cristãos. Os casos mais frequentes de xenoglosia são fenómenos puramente mecânicos, consistindo na repetição de palavras ou frases que foram arquivadas no inconsciente. Em determinadas circunstâncias, podem empregar-se várias línguas ao mesmo tempo, todas elas desconhecidas do consciente do indivíduo que realiza a experiência. A esta manifestação, chama-se xenoglosia inteligente. Segundo o padre Oscar g. Quevedo, sacerdote jesuíta, “a xenoglosia fundamenta-se principalmente na pantomnésia e, em segundo lugar, na hiperestesia indirecta do pensamento, embora também admita outras explicações extraordinário-normais e paranormais”. Vejamos um exemplo deste espectacular fenómeno.
 
            Duas crianças afectadas de atraso mental, foram examinadas pela Academia de Investigações Psíquicas de Paris. Ambos se expressavam em qualquer língua, sobre qualquer tema e discutiam abertamente com os especialistas (médicos, psiquiatras, matemáticos, etc.) sobre os factos, nomes técnicos e especialidades que teria sido impossível chegarem ao seu conhecimento por meios normais. Como antes dissemos, as referidas crianças eram atrasadas mentais, mas ali, na Academia, mostravam-se como uns meninos prodígios nunca vistos. O fenómeno apresentava dois aspectos diferentes para o seu estudo. Por um lado, os dois garotos haviam arquivado no subconsciente que, como já dissemos, jamais esquece, tudo o que tínhamos lido, o que tinham visto e aquilo de que tinham ouvido falar na sua presença, retendo-o firmemente. Mas também, por outro lado, as referidas crianças podiam captar os pensamentos dos cientistas que os estavam a estudar, através de hiperestesia indirecta, umas vezes (sinais que se recebem inconscientemente), noutras absorvendo o conhecimento através do inconsciente do médico ou matemático o qual lhes permitia responder-lhes na sua própria língua e utilizar os termos científicos adequados.
            Estas estranhas faculdades que recentemente se descobriram no inconsciente humano, fazem-no compreender por que motivo, em determinadas circunstâncias, as portas que conduzem ao inconsciente ficam abertas a certas pessoas, como aqueles garotos, são capazes de se expressar noutras línguas muito diferentes da sua. Nestes casos enigmáticos, uma vez comprovada a realidade do facto, trata-se de isolar o sensitivo, colocando-o noutra sala, separado das pessoas presentes, e ver-se-á que, geralmente, é incapaz de manifestar as suas extraordinárias faculdades, porque essas pessoas, esses sensitivos, captam unicamente os reflexos sensoriais das pessoas que se encontram presentes, ou seja, captam o inconsciente das mesmas. Ora, se colocarmos novamente o sensitivo junto do médico, do psiquiatra ou do matemático, continuará a falar e a responder às perguntas que se lhe façam sobre qualquer tema científico, por mais difícil que seja, e a utilizar com assombrosa familiaridade a língua dos seus interlocutores. Estes factos estão comprovados e, por muito estranho que nos pareçam, pode-se confirmar que se trata de um fenómeno do nosso inconsciente que outrora era conhecido.
 
 

 

            Vejamos o testemunho escrito do padre Herédia, S. J., num caso de xenoglosia traumática.
            “Uma menina de dez anos sofrera uma fractura de crânio por causa de uma queda. Veio ter connosco uma mulher, muito aflita, temendo que a filhinha estivesse possessa do diabo, pois falava chinês… Fomos ver a menina. Efectivamente, por momentos punha-se a falar numa língua desconhecida para nós.
            - Como souberam vocês que é chinês o que ela fala? – perguntámos.
            - Padre, é porque um chinês que lava a roupa a ouvir falar, disse que é chinês.
            - Pois chama o chinês.
            Após algum tempo, chegaram dos chineses em vez de um.
            - Vocês ouviram esta menina falar? – perguntei-lhes. Um dos chineses fez um sinal afirmativo.
            - Pergunte em chinês quais as flores da Califórnia.
            Um dos chineses fez a pergunta, e a menina desatou a falar com extraordinário desembaraço. A princípio os chineses começaram a sorrir, mas depois ficaram muito sérios.
            - Que foi que ela disse? – perguntei. Um dos chineses respondeu:
            - Duas toalhas de mesa, três fronhas, seis pares de meias, três lenços… e calou-se.
            - Não disse mais nada? – insisti. Um dos chineses não quis responder, mas outro, vendo que eu tirara a carteira para recompensá-los se me dissessem tudo, acrescentou:
            - Disse outras coisas muito feias que não me atrevo a repetir!”
 
            O padre Herédia não teve dificuldades para achar a explicação do prodígio. A pobre menina tinha ouvido dos chineses a lista de peças a lavar a além disso outras palavras que não designavam roupa, nem flores da Califórnia propriamente ditas… O inconsciente arquivou tudo o que ouviu e o estado de inconsciência provocado pela lesão craniana fez com que tudo aflorasse à superfície. Conscientemente, a menina não seria capaz de repetir uma só palavra em chinês. Às vezes, é muito difícil encontrar a origem pantomnésia da xenoglosia, como mostra o seguinte caso de xenoglosia também traumática.
            “Uma velha, num acesso de broncopneumonia, começou de repente a exprimir-se num idioma desconhecido por todos os presentes. Depois comprovou-se que era o industani. A velha desconhecia absolutamente aquela língua. Foram necessárias longas e laboriosas investigações para comprovar, depois de muito tempo, que até à idade de quatro anos, aquela senhora vivera na Índia. Desde aquela data haviam passado 60 anos”
            Como diz Dweshauvers no seu “Traité de Psychologie” ao referir um caso idêntico ao que acabamos de mencionar: “O cérebro funcionou como um fonógrafo”.
 
            Não é muito raro que, no sonambulismo hipnótico, surjam espectaculares xenoglosias, mais ou menos provocados pelo hipnólogo. A inconsciência da hipnose é bastante parecida com outros estados de inconsciência, nos quais o fenómeno surge espontaneamente: febres, transe, narcótico, traumatismo psicofísico.
            “Uma jovem, quase analfabeta, posta artificialmente em estado de sonambulismo hipnótico, recitou um longo trecho oratório em latim, língua da qual ela não sabia sequer uma palavra. Comprovou-se, seguindo as orientações dadas pela mesma hipnotizada, que anos atrás um tio da jovem recitara um dia aquele mesmo trecho perto do quarto de dormir da moça, que então se achava doente.
            Uma mulher em estado de sonambulismo (hipnótico) recitou, sem hesitar, longos capítulos da Bíblia hebraica, apesar de, acordada, não conhecer uma única palavra dessa língua. Descobriu-se que ela simplesmente repetia o que ouvia de um rabino que tinha o hábito de ler a Bíblia em voz alta e do qual fora empregada quando jovem”.
            Durante o estado hipnótico, o inconsciente apresentou com toda a exactidão e vivacidade tudo quanto ouvira uma só vez anos atrás sem nada entender e, possivelmente, ouvido por sensações hiperestésicas.
 
 

 

            Dizemos que há monoxenoglosia quando se fala (ou emprega) uma só língua que o consciente desconhece. Plurixenoglosia, é quando se empregam várias línguas desconhecidas. O fenómeno tem uma enorme espectacularidade. A pantomnésia e a hiperestesia, directa ou indirecta, bastam para explicar muitos desses casos. Um caso de plurixenoglosia, foi muito bem observado pelo Dr. Cadello, de Palermo.
            “Tratava-se de uma jovem de 17 anos, Ninfa Filituto, siciliana. Padecia de uma forte crise de histerismo com sonambulismo espontâneo. No primeiro dia da crise assegurava que era grega, e escrevia com letras gregas, nas frases italianas. É de notar que desconhecia em absoluto o grego… No dia seguinte, falava correctamente o francês, conhecendo desta língua em estado normal só os rudimentos. No terceiro dia falava algo de inglês. No quarto dia da crise, a doente falava correctamente o italiano, que normalmente falava bastante mal e com muito sotaque. Durante esses quatro dias esqueceu, no consciente, completamente o siciliano, seu dialecto natal. No quinto dia, porém, passada a crise, recobra o dialecto siciliano esquecendo por completo os assombrosos progressos feitos em grego, francês, inglês e italiano”.
            Desconhecia absolutamente o grego…”, mas conta que pouco antes da crise, estava folheando uma gramática grega. Pouco tempo é necessário para aprender o vocabulário grego, inclusive conscientemente, com tenho comprovado com meninos. Para o inconsciente, o pantomnésico, bata muito menos tempo. Do francês, só conhecia em estado normal, os rudimentos. Falava correctamente o italiano que normalmente falava mal e com muito sotaque. O estudo do francês e a prática diária de falar italiano e conviver com italianos, foram suficientes para que o inconsciente pantomnésico, aprendesse a falar correctamente essas línguas. “Falava algo em inglês”. Duvidamos dessa afirmação (algo), pois na Itália, país de turismo, haverá alguém que nunca ouviu falar inglês? O Dr. Hnn fez uma crítica muito acertada a esta afirmação temerária do Dr. Cadello.
 
            Não nos referimos, por agora, ao caso em que só o inconsciente aprende a língua. Disso falaremos depois. Referimo-nos, de momento, a um fenómeno menos espectacular, porém, mais frequente; quando também o consciente aprendeu a língua, esquecendo-a depois completamente. Lembrar-se, talvez, de poucas palavras não é lembrar-se de uma língua. Essa língua esquecida, agora é língua desconhecida. Se pois, em determinado momento, surge de novo, temporária ou habitualmente, com pleno sentido “inteligentemente”, o fenómeno pode chamar-se “falar línguas desconhecidas”, ou xenoglosia.
 
            “Benedikt, por exemplo, refere o facto de um oficial inglês que hipnotizado, se exprimiu correctamente em dialecto “walis”, da Polinésia. Aprendera-o quando muito criança, esquecendo-o depois completamente. É muito citado o caso do velho que nascera e vivera alguns anos na fronteira polaca, falando somente o polaco. Ainda criança passara a viver na Alemanha. Chegou a esquecer completamente o polaco. Seus filhos testemunham que, pelo espaço de 30 anos, evidenciou-se que ele esquecera por completo o polaco. O mesmo assegurava frequentemente ele aos filhos que o testemunham. Não obstante, quando teve de submeter-se a uma operação cirúrgica, sob o efeito do clorofórmio durante duas horas rezou, cantou, falou, contou e descreveu mil coisas, somente em polaco. Após ter passado totalmente o efeito do clorofórmio, voltou a esquecer completamente esse idioma”.
            Semelhantes casos não são por demais raros. A língua que alguma vez se aprendeu, mesmo após muitos anos de esquecimento pode ressurgir, até com plenitude.
 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

 

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25
Nov 09

 

            Recentemente, e em vários lugares pelo mundo, temos assistido uma uma série de eventos religiosos repletos do fantástico ou do sobrenatural, designado por miraculoso. Um deles Consiste em manifestação de "Lágrimas" e de "sangue" que brota pelos olhos de estátuas das igrejas, imagens pequenas e até em paredes onde se encontram esses ícones.

 

            Segundo uma antiga lenda Católica, a Virgem de Guadalupe, apareceu em 12 de Dezembro de 1531 ao indígena Juan Diego, na serra de Tapeyac, onde antes existiu um templo à deusa azteca, no centro da Cidade do Máxico.
            Maria Guadalupe Salazar Martinez, lhe foi pôs-te o nome da Virgem. Guadalupe vive com o seu marido, numa humilde casa feita de madeira, em Novo Laredo. Há uma década que ela se tornou uma devota da Virgem, tendo uma em sua casa. Na quarta-feira de Cinzas de 2007, a imagem da virgem começou a chorar lágrimas normais que depois se converteram em sangue. A notícia tem atraído centenas de pessoas que visitam regularmente a casa da mulher de 33 anos.
            O padre Luis António Romo Esparza, pároco de uma igreja em Novo Laredo, disse à imprensa que após saber do sucedido, acudiu ao domicílio da Maria Guadalupe para observar pessoalmente a imagem. Quanto ao evento de um milagre o padre Romo Esparza, foi prudente, declarou-se incompetente para afirmar a existência ou não de um milagre, e disse à imprensa: “Antes de poder declarar como um milagre necessitamos do consentimento de nosso Bispo, Ricardo Watty, para que se faça uma investigação e se verifique cientificamente a autenticidade das lágrimas”.
 
            Em Akita no Japão, em Outubro de 1973, a irmã Agnes, uma pequena imagem derramou copiosamente lágrimas de sangue.
            A imagem de Nossa Senhora Rosa Mística na Itália, no ano de 1981, em diversas oportunidades chorou.
 
            Em Naju, na Coreia do Sul, a imagem da Virgem Santíssima, durante mais de 700 dias, chorou e derramou lágrimas de sangue, na presença de leigos, autoridades eclesiásticas, homens, mulheres, crianças e especialistas de todas as partes, que inclusive recolheram e examinaram o líquido, constatando tratar-se de sangue humano. De 30 de Junho de 1985 a Dezembro de 1992, o mundo teve tempo suficiente para comprovar que aquelas eram lágrimas verdadeiras.
            Depois que a imagem cessou de derramar lágrimas, começou a brotar um precioso e atraente óleo perfumado, que impregnava toda a Capela de Naju, com um agradável e suave odor de rosas. Este fenómeno aconteceu até Outubro de 1984. Durante aquele período e mesmo nos anos seguintes até meados de 1998. Quando o povo acompanhava Júlia na reza do Terço, era comum sentir o mesmo perfume de rosas inundando completamente o recinto.
 
            O milagre dos “santos que choram” é muito frequente na Rússia e em muitos outros países do mundo. Em 1998, cinco ícones da igreja de Santa Catarina em Petrozavodsk começaram a chorar. No começo de 2005, todos os ícones da igreja da Sante Virgem da Intercessão, na cidade de Dzerzhinsk verteram lágrimas de “sangue”. As imagens do Sochi Art Museum são veteranas neste prodígio: além de chorar, exalam um suave aroma de mirra.  
 
            Segundo os cientistas da Parapsicologia, esse fenómeno só ocorre quando há presença de pessoas, num raio de 40 metros, quando essas imagens são expostas em vitrina, as lágrimas cessam. Por outro lado, explicam, segundo Einstein, que é possível a manifestação de energia, por via parapsicológica, de determinadas pessoas para objectos materiais específicos, onde se incluem as imagens de barro fino. Cientificamente está provado que é a vontade colectiva (embora inconsciente) que faz com que a imagem chore. Esse fenómeno tem sido classificado por alguns parapsicólogos de “aport”.
           
             PROF. KIBER SITHERC
 

 

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19
Nov 09

 

            Luis Mariano (1914 – 1970). Nasceu em Irun, no País Basco no dia 13 de Agosto de 1914. A sua família mudou-se para França no inicio da Guerra Civil Espanhola.
            Foi um extraordinário tenor popular de expressão francesa que atingiu o auge da sua carreira em 1946 com “La belle de Cadix”. Ele apareceu no filme “As aventuras do barbeiro de Sevilha”, em 1954; e “Le Chateur de Mexico em 1957.
            Morreu em Paris no dia 14 de Julho de 1970.
 
            Magali Renard é uma mulher de negócios que, em conjunto com o seu marido, explora uma cadeia de restaurantes na Suíça. A referida senhora e o canto Luis Mariano conheciam-se desde a infância, porque a sua tia e os pais do falecido cantor eram íntimos amigos. Os jornalistas citavam como dado interessante a coincidência de terem ambos nascidos a 13 de Agosto, acaso que parecia uni-los ainda mais.
 
            Segundo a revelação feita pela senhora Renard, Luís Mariano falou com ela “depois da sua morte”. Diz a senhora: “Chamou-me e ouvi perfeitamente a sua voz do além-túmulo”. Naquele dia 14 de Julho, a senhora Renard encontrava-se na estrada a caminho de Berna. Pelos vistos, tinha ido visitar o seu grande amigo moribundo ao hospital e é natural que a tristeza daquela visita a acompanhasse naquela altura. Guiava o carro do seu marido que, para a distrair dos seus tristes pensamentos, entoava uma canção em voga. Mas, de súbito, a mulher sentiu uma violenta dor de cabeça, como uma picada, e “uma corrente de ar gelado deu-lhe a sensação de que o sangue lhe parava nas veias”. Foi então que escutou a voz de Luis Mariano como se realmente estivesse junto deles no carro. “Era uma voz entre baixa e longínqua que chamava pelo meu nome. Era uma voz imperceptível, mas que reconheci, sem sombra de dúvida, e que informou de que “naquele preciso momento” deixava o mundo. Falou-me da morte, de como se sentia resignado, e deu-me o seu último adeus…” A senhora Renard consultou o relógio e viu que eram meia-noite menos dez. Pois, exactamente à mesma hora, a muitos quilómetros de distância, Luis Mariano expirava na cama do Hospital Geral.
 
            Foi um caso muito divulgado na imprensa, em 1970. Foi um fenómeno chamado pela Parapsicologia de Sugestão Telepática (Telebulia).
 
PROF. KIBER SITHERC
 

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14
Nov 09

  

 

               Um dos fenómenos psíquicos mais notáveis é, sem dúvida alguma, o das aparições de espectro, ou seja, a visão aparentemente tangível da imagem de um defunto, na maioria das vezes, e noutras de seres vivos. Embora possa existir uma diferença de horário, pode-se ter a certeza de que se trata de uma sugestão telepática, também chamada transmissão da vontade (telebulia). Deverá passar para as mãos do cientista, ou parapsicólogo. O fenómeno em si (sempre que tenha sido devidamente comprovado em todos os seus aspectos), tem provocado calorosas discussões e comentários de todos os géneros.

 
            Este tipo de fenómenos tem-se verificado em todos os tempos e em todas as latitudes, provocando o assombro de todos os que contemplaram a aparição e constituindo grande tema de controvérsias entre aqueles que, não acreditando no fenómeno, se fortaleceram na sua incredulidade, e aqueles que nele acreditaram ou o consideraram possível, por este ou aquele motivo, especialmente os que viveram qualquer experiência desse género. Na realidade, trata-se de um assunto sumamente delicado para ser tratado e julgado com ligeireza, sempre e em qualquer época. Vejamos alguns casos de autêntica sugestão telepática (telebulia):
 
            Em 6 de Maio de 1969, uma menina de dois anos foi desenterrada da sua tumba em Karachi (Paquistão), ao fim de cinquenta horas de sepultura, e foi encontrada viva, a chupar o dedo polegar. A mãe, chamada Kajran, declarou aos jornalistas que, depois de a filha ter sido enterrada, teve um sonho em que ouvia uma voz dizer-lhe: “Vai, abre a tumba e encontrarás a tua filha viva”. No dia anterior, tinha contado o sonho a todas as pessoas que conhecia. Algumas acreditavam-na, outras quase se riram dela. Mas a mãe insistiu tantas vezes, que a autorizaram a abrir a campa.
            A criança foi levada para casa da sua mãe, em Liaquatabad, um subúrbio afastado de Karachi, onde se recuperou rapidamente. Na gestação de um sonho, seja ele qual for, por mais insólito que possa ser, a força da imaginação entra numa mínima parte, sendo a realidade a base dos factos sonhados, embora essa realidade possa estar num plano diferente daquela que conhecemos quando estamos acordados. A voz que a mãe ouvia era o chamamento inconsciente da sua própria filha. Tratou-se de uma autêntica transferência telepática, uma sugestão inconsciente: uma telebulia.  
 
            Na realidade, segundo alguns autores, são muito mais frequentes do que alguns imaginam. O que é realmente difícil é a aparição de pessoas falecidas há muito tempo. No próprio instante da morte, ainda que esta tenha sido repentina e imprevisível (como o caso de um acidente), a pessoa que morre aparece, por vezes, a muitos quilómetros de distância, a uma outra pessoa que não a esperava, quer quando acordada. O controlo destes factos é geralmente fácil, pois o vidente tem frequentemente grande interesse em comunicar às outras pessoas a comunicação que acaba de receber.
            Por vezes, pode-se anotar a hora exacta, mas o mais normal é ter-se uma referência aproximada, que vem a corresponder àquela em que a pessoa aparecia e expeliu o seu último suspiro, embora em muitos casos ninguém possa dizer exactamente qual a hora do falecimento. A visão, por vezes, não corresponde nos seus pormenores à realidade concreta e às circunstâncias do falecimento. Algumas pessoas viram a casa do morto pintada de negro; outras viram o defunto elevar-se nos ares rodeado de uma estranha luz, como um grande halo; outros viram-no no leito de morte, estendido, e até já quem tenha falado com ele, mesmo morto. Por vezes, mais do que uma visão ouviram-no dizer adeus ou escutaram um pensamento dele. Seja como for, a pessoa que recebe a mensagem compreende imediatamente que se trata de um falecimento e poucas vezes se engana.
            Estes casos são muito vulgares e o doutor Rhine, nos seus livros e tratados de parapsicologia ocupou-se muitas vezes deles, assim como outros parapsicólogos, pois há milhares de casos constatados, desde a Metapsíquica. Estas visões que, algumas vezes, podem ser acompanhadas de palavras reconfortantes ou edificantes apresentam-se, à primeira vista, como fenómenos sobrenaturais ou aparições milagrosas permitidas por Deus para nos iniciar à oração. Há casos em que esse convite, ou interpretação, parece muito fundamentado e digno de ser adoptado. É curioso como, por vezes, essas aparições foram presenciadas por pessoas agnósticas, materialistas e desprovidas de qualquer sentimento religioso, e em circunstâncias profanas e sumamente triviais. Mas voltamos a repetir que, na maioria dos casos, cientificamente apenas se pode aceitar na sugestão telepática um último desejo inconsciente, na grande maioria das vezes; o seja, a telebulia, esse desejo imenso de comunicar à distância duma pessoa que está prestes a morrer.
            Nos casos de acidente grave, sem que a pessoa tenha morrido, produzem-se visões semelhantes. Igualmente quando se está transtornado por uma emoção muito forte, por qualquer temor ou por um sofrimento moral.
 
            O caso seguinte é bastante conhecido, por ter sido publicado em livos e revistas de parapsicologia. A sua veracidade não admite dúvidas, visto que foi comprovado em todas as suas partes. Disse o sacerdote S. A. R. da diocese de Barcelona:
            “Era o dia 18 de Abril de 1963. Tinha anoitecido e provavelmente era já muito tarde, pois eu estava a dizer as minhas orações antes de deitar-me. Estava de joelhos no genuflexório; à minha direita havia uma porta que dava a casa de banho, que não tinha qualquer outra saída. Entre as minhas orações, tenho o hábito de rezar o “Acordaos” pelo meu sobrinho e minhas sobrinhas. No momento em que terminava essa oração vi a mais velha das minhas sobrinhas diante da porta do quarto de banho que estava às escuras, estando o meu quarto relativamente mal iluminado por uma única lâmpada: a da mesa-de-cabeceira. Aquilo durou tanto como um relâmpago e quase foi mais e certeza de uma presença do que uma aparição propriamente dita. Não dei importância ao caso, dizendo apenas para mim mesmo: “Caramba, que curioso!” No dia seguinte, soube que a minha sobrinha, naquele mesmo dia, por volta das duas da tarde, tinha sofrido um terrível acidente de bicicleta, com fractura do crânio. Recolhida sem conhecimento, tinha permanecido em coma bastantes horas e devia encontrar-se nesse estado no momento em que a sua presença se materializou a um metro de mim, diante da porta do quarto de banho”.
 
            Segundo o doutor Jules Bois, a telebulia, quer seja uma sugestão telepática ou alucinatória, é um fervente desejo de comunicação à distância. A sugestão telepática mal interpretada contribui muitas vezes para a superstição espírita de muita gente, pois os casos em que se comunica uma morte são especialmente frequentes. Por outro lado, o inconsciente tanto do agente como do receptor, em certas alturas, dramatizam magistralmente o conteúdo telepático.
 
            Vejamos outro caso de sugestão telepática relatado pelo Oscar Quevedo:
            “Durante a Primeira Guerra Mundial, um menino de três anos e meio deteve-se um dia de repente, quando brincava, como se tivesse sido sacudido por uma súbita inspiração, e exclamou: - Meu pai está-se a afogar, caiu num poço e não pode ver”.
            Aparição de um morto? Os parentes do menino ficaram muito espantados. As cartas que recebiam do pai não confirmavam o triste comunicado. Mas ao regressar o pai de França, ficou comprovado que, precisamente naquele dia 7 de Novembro de 1918, em que o menino captou o facto, o pai tinha sido atacado com gases na trincheira e, como resultado, tinha ficado cego durante três semanas”.
            O caso parece ter todos os requisitos para ser classificado como de sugestão telepática: é lógico supor que o pai da criança, no desespero de se crer cego, pensasse no filhinho, a quem não poderia ver mais. Este pensamento, durante a inconsciência da asfixia na trincheira, actuaria como a telebulia necessária no fenómeno psíquico que classificamos como sugestão telepática.
 
            Os “adornos “ na sugestão telepática.
            Tanto o receptor como o emissor podem “adornar”, associar à mensagem outros elementos. Neste sentido pode ser muito expressivo o seguinte caso, de cuja autenticidade é difícil duvidar:
            “O Dr. Mittchel Weir de Filadélfia, estava já a dormir, certa noite, quando foi abordado pela campainha da porta de entrada. Levanta-se, abre a porta e encontra uma menina desolada que lhe diz: “Minha mãe está muito doente, doutor. Rogo-lhe que venha, por favor”. Era uma noite de inverno, a neve caia em turbilhões e soprava um vento glacial. O doutor agasalha-se e segue a menina. Encontra a mãe gravemente doente de pneumonia. Depois de lhe prescrever os seus cuidados, antes de se despedir felicita a mãe pela filha tão inteligente e corajosa que tem. Responde a mulher: “Minha filha morreu, há um mês. As suas botas e o seu sobretudo estão neste armário”. Abrindo o armário, o doutor vê as roupas que vestia a menina que o chamara. Estavam secas e à temperatura ambiente: não podiam ter estado uns minutos antes expostos à neve e ao frio gelado da noite”.
            Aparece clara a telebulia, talvez só inconsciente, da viúva que se encontra gravemente doente e sozinha: “Se ao menos estivesse aqui a minha filhinha para ir chamar o médico…! De facto o médico captou esta telebulia, perfeitamente dramatizada e completada. A mensagem telepática, no caso, gozou de boas condições pela emotividade e pelo estado psicofísico todo especial da emitente, assim como pelo sono do receptor. Devemos levar em conta também que o inconsciente do médico teria já ficado de sobreaviso, ao deitar-se, com receio de que algum doente precisasse dos seus auxílios profissionais justamente numa noite tão desagradável como aquela… o doutor comprovou ao voltar da casa da doente que não existiam as pegadas da menina na neve. A esposa e empregada não ouviram a campainha (os efeitos físicos são raros). O mesmo devemos dizer das roupas: nem saíram do armário, nem foram materializadas! Tudo foi dramatização inconsciente da mãe doente completada pelo inconsciente do doutor.
           
PROF. KIBER SITHERC
 
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kiber-sitherc@sapo.pt
publicado por professorkibersitherc às 17:41

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