O simbolismo do Câncer é bastante obscuro. Ao ponto de enquanto uns o identificam com um “trabalhador sedentário”, outros o consideram “um animal aquático”. Ora bem, independentemente de tais interpretações, e num esforço para compreender a mentalidade dos antigos, há quem chegue há conclusão de que foram os movimentos característicos do Caranguejo, que parece caminhar para trás, que numa associação de ideias, inspiraram a sua identificação com retrocesso do Sol nesta estação do ano.
Nada estranho, na verdade, sobretudo, se tiver em conta que este período coincide com o início do verão no hemisfério norte, o que poderia significara força vital continuamente rejuvenescedora da natureza, assim como o renascimento dos animais aquáticos que então constituíram um dos alimentos principais do homem.
Esta ideia, que corresponde à mitologia dos caldeus, e que, como se vê, mantém estreitas relações com tudo o que signifique renovação e mudança, repete-se com as variantes normas entre o povo judeu, segundo a qual Câncer se identifica como Benjamim, “que muda de noite para o dia”. Para Gregos e Latinos, diferentes em tantas coisas, Câncer, por sai vez, não era mais do que o Caranguejo que tentou morder Hércules quando este matou a monstruosa Hidra de Lerna.
Câncer é o signo da concepção, da elaboração de formas, do entusiasmo romântico, da intuição, da fantasia, da inconstância psíquica, da timidez, da tendência para a maternidade, da gestação, do rejuvenescimento e da ambivalência, visto que tanto constrói como destrói.
Como consequência da dramática influência que a Lua exerce sobre eles, os nativos de Câncer possuem uma das mais complexas psicologias do Zodíaco. Existe, por outro lado, como para demonstrar que em astrologia nada é gratuito, há uma certa relação entre o seu comportamento, impenetrável, pois estão cobertos por uma couraça sob a qual ocultam a sua vulnerabilidade, e a palavra Câncer que, curiosamente significa“couraça”
Instintos, inquietos, vulneráveis, oscilando constantemente entre o passado e o porvir, os nativos deste signo são os conhecidos “lunáticos”, gente que actua guiada pelos impulsos, como se as fases da Lua dirigissem o seu destino. Apesar de desenvolverem uma interessante actividade mental carecem de combatividade necessária para enfrentar os problemas. São orgulhosos, susceptíveis e muito mais materialistas do que aparentam. Profundamente religiosos ou místicos, amam o conforto e a música e sentem grande inclinação para os segredos, os mistérios e o sensacionalismo.
O Câncer do tipo superior é compassivo e tolerante, produzindo entre amigos e familiares uma impressão de profunda ternura e generosa amabilidade. Contribui para tal o sentido de humor, sempre agradável, nunca vingativo.
Os do tipo inferior consideram a vida como uma tarefa sumamente difícil. O retraimento não é, pois, uma atitude de estranhar neles, mas sim um sentimento familiar. Misturado com o pessimismo já descrito, converte-os em seres incapazes de realizar esforços realmente positivos, apesar do benefício que deles poderiam obter. A verdade é que toda a actividade se lhes torna odiosa, salpicada de obstáculos, de modo que só em certas ocasiões conseguem sentir-se satisfeitos e felizes. Em política são demasiado imaginativos. Ainda no seu aspecto negativo, conduz ao efeminamento do carácter, à solidão, ao isolamento, à angústia. Muitos nativos deste signo manifestam uma tendência exagerada para “se encerrarem em si mesmos”.
PROF. KIBER SITHER