O sentido deste signo, que representa a virgindade, variou muito ao longo dos tempos. As antigas civilizações davam-lhe, efectivamente, um valor diferente daquele que, posteriormente, o cristianismo lhe outorgou. Os povos da Mesopotâmia e da Grécia, por exemplo, consideravam Virgo como uma deusa que tinha a função de medianeira entre o espírito e a matéria, e de unir a inteligência como as necessidades da vida. Tratava-se, portanto, de um ser relacionado com a procriação. O rito exigia que, assim como todas as árvores davam frutos, a mulher entregasse a sua virgindade à deusa, com o fim de obter a fertilidade.
Embora, à luz da mentalidade actual, semelhante atitude possa parecer estranha, devemos ter em conta que tudo isto fazia parte de crenças generalizadas e contextualmente válidas. Ao ponto de a “prostituição” religiosa, por meio da qual as donzelas eram desfloradas nos templos, constituir um ritual obrigatório e mágico (e portanto normal) da cultura babilónica. Também nos templos da Índia havia formas de serviço sexual, realizado pelas jovens escolhidas para tal, sem contar com os outros povos e civilizações selvagens em que a oferenda mágico-religiosa à divindade adquiria um carácter importante.
No que se refere ao seu significado, digamos que a Virgem, signo da terra, simboliza a espiritualidade universal, a ordem, a inteligência pura, a frieza anímica, a investigação profunda e crítica, os desejos de conhecer os segredos da vida, a transformação, a imaturidade em busca de plenitude, a promessas a esperança de futuras realizações.
Os nativos de virgem no amor são extremamente desconfiados e exigentes. Têm verdadeiro pavor de serem traídos ou abandonados.
Não esperem deles muitas demonstrações de carinho e efectividade pois são muito reservados. Para exporem a sua intimidade ela tem que ser arrancada a ferros.
A inteligência e o espírito crítico que sem dúvida possuem (como demonstra o facto de não admitirem outros argumentos além da ciência e da razão), contradizem-se, nos nativos de Virgem, com um carácter geralmente conformista. É certo que possuem um vincado sentido do dever e são capazes de se sacrificar. Mas criticam demasiado e, embora sem se aperceberem disso, caem frequentemente no egoísmo. Em tudo encontram falta e carecem de tacto social, o que provavelmente resulta da sua radical aversão pela hipocrisia. A mentalidade prática domina o seu carácter e fá-los sentir uma profunda dedicação pelo seu trabalho. A sua capacidade converte-os em preciosos colaboradores, sobretudo se servem os interesses de pessoas mais positivas e menos reservadas do que eles. O fortuito e o superficial não tem cabimento entre os nativos de Virgem, pois trata-se de pessoas metódicas, exactas e apaixonadas por tudo quanto fazem. Normalmente, o nativo de virgem é inteligente e estudioso e não há ninguém que possa concentrar-se em pequenos detalhes melhor do que ele. Isto não evita, no entanto, que as suas críticas se tornem frequentemente ofensivas e penetrantes e, consequentemente, dificultem as relações com os seus companheiros de trabalho. Em política, é prático, razoável e partidário da ordem.
De um indivíduo assim seria de esperar, no mínimo, um pouco de paciência e uma certa dose de concentração. Mas não. O tipo inferior de Virgem é inclinado à indisciplina, ao materialismo, à mesquinhez, ao egoísmo, à hipocrisia, à crítica desmedida e à calúnia. Por isso, é intratável, rejeita qualquer tipo de censura e não admite ofensa alguma, por muito pequena que seja. A sua agudeza, por ser fria e irónica, fá-lo perder amizades, visto indignar-se e ofender-se com grande facilidade. Em tais ocasiões, por sorte momentânea é impossível de aturar e produz o vazio à sua volta. A vaidade, a torpeza e uma quase exagerada tendência para a limpeza corporal completam, finalmente a sua lista de defeitos.
PROF. KIBER SITHERC