Esoterismo, Lendas, Mitos, Parapsicologia, Auto-Ajuda. kiber-sitherc@sapo.pt

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Mar 10

 
            “Eis o que o sacristão da igreja de Santa Eulália, em Neuville-d'Aumont, me contou debaixo da latada do Cavalo-Branco, numa bela noite de verão, bebendo uma garrafa de velho vinho, à saúde de um morto muito abastado, que ele havia enterrado honrosamente naquela manhã mesma, sob um tecido cheio de belas lágrimas de prata.
            "Meu finado e pobre pai (quem fala é o sacristão) foi, em vida, coveiro. Era de humor agradável, e isso sem dúvida decorria de sua profissão, porque se tem reparado que as pessoas que trabalham nos cemitérios possuem espírito jovial.
            A morte não os atemoriza absolutamente; jamais se preocupam com ela. Eu, que lhe estou falando, senhor, penetro num cemitério, à noite, tão serenamente quanto no caramanchão do Cavalo-Branco. E se, por acaso, encontro um espectro, não me inquieto absolutamente com isso, porque reflicto que ele pode perfeitamente ir cuidar de seus negócios, da mesma forma que eu dos meus”. Anatole France (Missa dos Mortos)
 
            “Esta é uma das lendas mais tradicionais do Brasil. Existe um registro muito popular de factos dessa natureza que aconteceram na Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, no começo do século XX, por volta de 1900, numa pequena Igreja, que ficava ao lado de um cemitério, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, de Cima.
 
            Quem presenciou uma dessas missas, foi o zelador e sacristão da Igreja. Ele chamava-se João Leite e era muito popular e querido em toda aquela região. Conta-se que numa noite, já deitado, ele viu luzes na Igreja e pensando que fossem ladrões foi investigar. Para sua surpresa, viu que o templo estava cheio de fiéis, lustres acesos e o padre se preparando para celebrar uma missa. Estranhou todo mundo de roupas escuras e cabeça baixa. Ainda mais uma missa àquela hora sem que nada soubesse. Quando o padre se voltou para dizer o “Dominus Vobiscum”, ele viu que seu rosto era uma caveira. Viu que também os coroinhas eram esqueletos vestidos. Saiu apressado dali e viu a porta escancarada. Que dava para o cemitério Do seu quarto, ficou ouvindo aquela missa do outro mundo até o fim.”
            A lenda da Missa dos Mortos não existe apenas no Brasil. Em toda a Ibero-América, assim como na Península Ibérica (Portugal e Espanha), existem variações da tenebrosa Missa dos Mortos, conhecida nos países de língua espanhola como Misa de Difuntos.
 
            A primeira teria ocorrido na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Esta Missa dos Mortos foi testemunhada na Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, conhecida também como Igreja Mercês de Cima, construída entre 1771 e 1793.
 
            Já a segunda teria sido testemunhada na Catedral da cidade do México, no México. Esta catedral começou a ser construída em princípios do século XVI, no mesmo local onde antes existia um templo asteca e aproveitando o material de construção deste templo. Foi concluída no ano de 1813. A Missa dos Mortos teria acontecido junto ao Altar del Perdón, construído em 1735, talhado e folheado a ouro. Em 1967 este altar sofreu um incêndio que o deixou bem danificado. Teve que ser cuidadosamente restaurado.
 
PROF. KIBER SITHERC
 
 
kiber-sitherc@sapo.pt
publicado por professorkibersitherc às 02:44

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