Esoterismo, Lendas, Mitos, Parapsicologia, Auto-Ajuda. kiber-sitherc@sapo.pt

08
Abr 10

 

                Apesar das divergências culturais e religiosas, se nalguma coisa coincidem as diferentes civilizações é em que o arroz é um alimento oferecido pelos deuses, devendo, por isso, venerar-se como tal.

 

            Na China convivem várias lendas, já que este é o país com as maiores culturas. Uma delas conta que uma deusa percorreu todos os pontos cardeais assediada pela fome até que, num lugar, encontrou uma erva e despiu-se à sua frente. A espiga deixou cair umas gotas de leite e a deusa entregou umas gotinhas de sangue. Daqui nasceu o arroz: branco por dentro e vermelho por fora.

 

            Há outra lenda da China sobre a origem do arroz. Contasse que há muitos anos na China havia um reino muito poderoso sob o governo de um rei magnânimo, sentimental e justo, que amava o seu povo e era por ele amado.

            A rainha participava dos sentimentos elevados do seu real esposo e era também muito querida por todos pelo seu coração boníssimo, sempre afeito à prática de boas obras.


            O rei, um velho chinês, amava de modo especial as crianças e procurava tudo fazer para alegrá-las e vê-las felizes nos seus folguedos e nas suas pequeninas ambições infantis.

            E porque adorava as crianças, resolveu um dia adoptar uma menina loura, muito meiga e bonita, já que o casal real não possuía filhos e vivia muito triste por esse motivo.


            Eles tinham um reino e um palácio maravilhoso, mas faltava-lhes o ruído, a graça e o sorriso de uma criança.

            A menina loura, sim, loura porque não pertencia à sua raça, crescia, crescia, e tornou-se uma das jovens mais lindas e admiradas de todo o reino.


Sempre meiga, obediente e companheira amiga de todas as horas de seus velhos pais adoptivos, era o encanto e o centro das principais atenções e desvelos do Rei e da Rainha.

            Lina, como a chamavam, entretanto nunca pode adaptar-se à alimentação que lhe davam.


            Embora a contragosto, sempre queixava-se dos alimentos servidos, e o que conseguia comer mal dava para mantê-la de pé, tão fraco era o seu organismo e o seu estado geral, dia a dia, perdendo saúde e resistência.

            Como o Rei e a Rainha a amavam profundamente e preocupava-lhes demais o seu estado de fraqueza, fizeram-na Princesa da Corte para alegrá-la, enquanto chamavam a serviço do Rei os melhores cozinheiros então conhecidos, a fim de que dessem à Princesa os alimentos mais raros e apetitosos que fossem de seu gosto.


            Os mestres da cozinha esmeravam-se na apresentação dos melhores pratos que podiam imaginar e preparar, mas todos eram recusados por Lina, que não podia adaptar-se ao sistema e ao sabor para ela esquisito, da alimentação oriental.

            Não obstante dona do coração e da vontade de seus amados pais, Lina cada vez mais enfraquecia, até que um dia a morte a levou para o outro reino desconhecido.

            A morte da moça loura, meiga e bonita, encheu de grande amargura todo Reino e da mais profunda tristeza, inconsolável tristeza, os seus dedicados e amorosos pais.


            O Rei, passado algum tempo, e jamais esquecendo a sua Princesa loura, agora longe dos seus olhos e dos seus carinhos, tomou as maiores providências para que os cozinheiros, os técnicos em alimentação de todo o Reino, descobrissem um alimento que, pelo seu sabor, pela facilidade de seu preparo, pela abundância de sua colheita, fosse apreciado e preferido por todos e constituísse o alimento primeiro de todas as mesas, o prato favorito, do agrado e do interesse de todas as pessoas e, principalmente, de todas as crianças do mundo.


            Era grande a actividade de todos aqueles convocados pelo Rei para a descoberta do alimento ideal.

            Mas nada conseguiram, porque os seus conhecimentos eram limitados e só Deus guardava o segredo da natureza.


            E o tempo passava e todas as providências se multiplicavam para que a vontade do Rei fosse alcançada. E o tempo, passava, passava, nada conseguiam os cozinheiros e os técnicos do Rei.

            E, aos poucos, todas as providências e iniciativas naquele sentido foram sendo abandonadas, enquanto o rei, tristonho e abatido, acompanhava o insucesso e o lento desmoronar de todo o seu sonho.


            Mas, um dia, uma notícia maravilhosa espalhou-se por todo reino: junto ao túmulo da Princesa Lina, nasceu uma plantinha muito verde, esguia, que cresceu, de tal forma que encheu-se de cachos louros de uma pequena semente, muito branca e muito saborosa, que se tornou o alimento preferido de todos, o “alimento ideal” que o Rei tanto procurava, em memória de sua Princesa adorada.

            Essa plantinha era o arroz.

 

            Contam os chineses que durante uma grande fome, os habitantes da região Sichuam enviaram pássaros aos deuses pedindo um alimento para aliviar a sua fome, e como resposta os pássaros trouxeram grão de arroz.

 

            O arroz como alimento venerado e divino, é oferecido aos mortos. Um antigo rito chinês consiste em colocar uma tigela de arroz cozido, com um par de pauzinhos (fachis) espetados na posição vertical aos pés do morto, para que ele possa se alimentar em sua viagem para o além.

 

            Como surgiu o hábito de jogar arroz nos recém-casados? Certa vez, na antiga China, um mandarim poderoso quis dar prova de vida farta. Então fez com que o casamento de sua filha se realizasse sob uma "chuva" de arroz, iniciando a tradição.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 Arroz chau chau

 

 

kiber-sitherc@sapo.pt
publicado por professorkibersitherc às 14:53

Olá, sou ator e diretor de teatro e estou iniciando um trabalho de contação de histórias. encontrei em alguns sites esta lenda, mas em nenhum achei uma referência bibliográfica. Vc conhece algum livro no qual esta lenda está publicada,

abs
Mateus Faconti a 2 de Março de 2016 às 21:29

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