Esoterismo, Lendas, Mitos, Parapsicologia, Auto-Ajuda. kiber-sitherc@sapo.pt

27
Jan 10

 

            Esta é uma história da época de Yûryaku, o 21º imperador do Japão, que reinou entre os anos 456 e 479. Naquela época, a capital nipónica era Yamato, onde vivia um homem chamado Chiisakobe no Sugaru, que era um servidor da corte imperial.
 
            O imperador gostava muito de sua esposa e tinha fama de passar horas e horas com ela na alcova. Certa ocasião, enquanto sua majestade, completamente despido, trocava carinhos com a imperatriz, Sugaru entrou correndo no quarto do casal. Ele foi fechar a porta corrediça que dava para o jardim interno, pois uma nuvem escura, trazida pelo vento, anunciava fortes pancadas de chuva.
            Sugaru ficou completamente constrangido ao perceber que o casal imperial ainda estava na alcova, em colóquio amoroso, e não no salão de jogos culturais, como de costume naquele horário.
 
            Surpreendido de modo inacreditável, o imperador ficou muito embaraçado e, ao mesmo tempo, irritado com aquela inoportuna intervenção.
            Naquele exacto momento, porém, o palácio imperial foi sacudido por um estrondoso ribombar de trovão. O que aumentou ainda mais o susto e a irritação do imperador.
            – Sugaru, não perca tempo tentando fechar essa porta. Ao invés disso, vá prender esse Trovão barulhento, que vive trazendo chuva para esta região.
            – Sim, meu senhor. Vou capturar o deus Trovão e trazê-lo encarcerado – respondeu Sugaru, aproveitando para se livrar daquele cenário embaraçoso.
            – Óptimo, vá logo, suma daqui, e só volte se conseguir prender o deus Trovão.
 
            Poucas horas depois, Sugaru partiu em seu pomposo cavalo branco. Trajava um elmo de combate e levou consigo alguns guardas palacianos. A missão parecia impossível, mas Sugaru jamais poderia contestar uma ordem imperial. Percorreu várias aldeias perguntando de que lado o Trovão estava fazendo barulho e seguiu a direcção apontada pelos aldeões. Até que, finalmente, chegou a uma aldeia chamada Karu no Morokoshi, onde o Trovão ribombava seguidamente. Então, Sugaru estufou o peito e gritou para o alto:
            – Escute aqui, seu Trovão barulhento: o imperador quer sua presença no palácio. Mesmo sendo você o deus Trovão, não pode recusar uma ordem imperial.
            Em seguida, um grande estrondo derrubou uma árvore próxima e Sugaru encontrou o Trovão caído e atordoado. Rapidamente, os soldados amarraram o deus Trovão e colocaram-no em um palanquim. Em seguida, ele foi carregado ao palácio imperial.
            – Senhor! Veja, eu trouxe o deus Trovão conforme me ordenou! – disse Sugaru, orgulhoso por ter cumprido sua missão.
            Naquele momento, o Trovão voltou a si e expeliu uma luminosidade flamejante em forma de raios que chegava cegar os curiosos palacianos. O imperador ficou atemorizado ao ver aquela luz exageradamente forte e ordenou que fizessem várias oferendas ao deus Trovão.
            Cheio de presentes oferecidos pelos palacianos, o Trovão foi levado de volta ao monte onde caiu. Esse local ficou conhecido pelo nome de Ikazuchi no Oka, ou seja, o Monte do Trovão, e fica em Asuka, na província de Nara.
 
            Muitos anos depois, Sugaru veio a falecer. O imperador lamentou bastante a sua morte e foi feito um velório de sete dias.
            Em seguida, sua majestade mandou construir um grande túmulo no Monte do Trovão. Ali foi levantada uma placa de pedra com palavras elogiosas destacando a fidelidade e a honestidade de Sugaru. Na parte de baixo, havia uma frase que dizia: “Aqui jaz o bravo Sugaru, que prendeu o Trovão.”
 
            Olhando de cima das nuvens, o deus Trovão, ao ver a frase no túmulo de Sugaru, não gostou nadinha do que leu. Ardeu de raiva com os dizeres de que ele foi aprisionado por um simples mortal. Sentiu um grande rancor. Furioso, começou a correr sobre as nuvens fazendo barulho ensurdecedor, mas pisou em falso e despenhou para a terra. Caiu perto do túmulo de Sugaru. O Trovão levantou-se furioso e foi espezinhar a lápide onde constava a frase. Ao dar um chute, a pedra rachou e o Trovão, desequilibrado, caiu sobre o túmulo. Seu corpo ficou entalado na pedra rachada, de modo que não conseguia se mover. Assim, o Trovão ficou preso mais uma vez!
            O imperador, ao saber do incidente, ordenou aos subordinados que deixassem o Trovão naquela posição durante sete dias para visitação pública e depois o ajudassem a se desprender da pedra.
            Depois de libertarem o Trovão, os serviçais do palácio reconstruíram o túmulo de Sugaru e gravaram nova frase de autoria do imperador:
            “Aqui jaz o bravo Sugaru, que prendeu o Trovão não somente quando estava vivo, mas também depois que morreu.”
 
PROF. KIBER SITHERC
 
 

 

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publicado por professorkibersitherc às 01:07

26
Jan 10

 

            O lago Tazawa está situado no parque nacional Towada Hachiman, na região leste da província de Akita, e é o lago mais profundo (423 m) do Japão. É deste lago profundo que procede esta bela lenda do Japão.
 
            Há muitos séculos, vivia, em uma pequena aldeia montanhosa, um velhinho e sua esposa. Certa ocasião, os dois foram a um santuário agradecer a Zenchi no Mikoto, o Deus da Graça Divina, pelo dom da longevidade da qual eles foram contemplados. Na volta, quando caminhavam para casa, viram no rio um cesto sendo levado pela correnteza. Curiosos, pegaram uma vara de pesca abandonada e puxaram o cesto para a margem do rio.
 
            O casal apanhou um tremendo susto, porque no cesto havia uma criancinha sorridente. Como o casal não tinha filhos, interpretou que aquela graciosa menina era um presente do céu, já que durante as orações de agradecimento no santuário, haviam comentado que se tivessem filhos, a felicidade do casal estava completa.
            Assim, levaram a criança para casa e a trataram com muito carinho. O tempo passou e a criança transformou-se numa linda moça. Ela era tão bonita que todos a chamavam de Hime (Princesa).
 
            Na vizinhança, moravam dois irmãos que gostavam dela desde o tempo em que eram crianças. O irmão mais velho era esperto e muito activo; o mais novo, amável e muito pacato.
            Um dia, quando o senhor feudal visitou a aldeia durante o Festival da Colheita, vendo a moça dançar, gostou muito dela e a requisitou para morar no castelo como uma das suas concubinas.
 
            Os aldeões ficaram satisfeitos, pois a sua ida para o castelo do senhor representava prosperidade futura da aldeia, pois ela poderia interceder junto ao senhor feudal para fazer melhorias. Porém, duas pessoas da aldeia não gostaram. Eram os irmãos que amavam a garota. Desgostoso de tudo, o mais velho foi até o penhasco e saltou para dentro do lago. Logo a seguir, o irmão mais novo. Nesse exacto momento um dragão surgiu na superfície do lago e os aldeões pensaram que ele se transformara num dragão. Na verdade, o dragão era o pai dos irmãos, Ryuoo, o Rei dos Dragões.
 
            Certo ano, na região, houve uma longa estiagem. O campo agrícola estava completamente seco e o grande lago, quase seco. Diante disso, o senhor feudal ordenou que os aldeões fizessem campos de arroz no lago semi-seco. Assim, os lavradores começaram a remover a terra do fundo do lago. Porém, nessa noite, todos os lavradores tiveram o mesmo sonho: a bela Hime apareceu a cada um deles e fez um pedido dizendo para preservar o lago como estava.
 
            Mas ninguém deu ouvido ao pedido e continuaram cavando a terra para o plantio, pois estavam desesperados. Se a seca continuasse, todos morreriam de fome.
O fundo do lago foi todo revirado pelos homens da aldeia. Então, Ryuoo ficou irritado e a água foi aumentando, aumentando, até causar uma inundação. As águas carregaram as mudas de arroz para superfície, levando-as para o campo tradicional e arrastando os corpos dos irmãos que estavam mortos no fundo do lago.
            Hime vendo Ryuoo foi conversar com ele:
            - Por favor, Rei dos Dragões, use seus poderes para trazer os dois irmãos à vida.
            - Esses dois eram meus filhos, mas nada posso fazer, pois eles sacrificaram a vida por vontade própria. Somente outro sacrifício pode reverter essa situação.
            - Eu amei os dois. Ajude-os em troca de meu sacrifício. Para dizer a verdade, trago em meu ventre um bebé do irmão mais velho. - disse Hime chorando.
            - Lembre-se, você, que é tão linda, se entrega sua vida em sacrifício, jamais poderá retornar à forma humana. Será para sempre um dragão feio.
            Hime concordou em se transformar em dragão e viver para sempre no fundo do lago com seu amado que, após voltar à vida, preferiu a forma de dragão. O irmão mais novo adquiriu novamente forma humana e retornou à aldeia com o bebé de Hime e de seu mano.
            Quinze anos depois, o bebé havia se transformado numa linda jovem. Por isso, como a mãe, todos da aldeia a chamavam de Hime (princesa).
 
            Um dia olhando para o lago, o seu tio disse:
            - Fomos salvos por tua mãe 15 anos atrás. Ela era bonita como tu. Aceitou ser transformada em dragão para salvar a minha vida e a de seu pai. Eu prometi que retornaria ao lago quando completasses 15 anos. E hoje é o dia do meu retorno.
Dizendo isso, o irmão mais novo mergulhou no lago e nunca mais voltou.
            Actualmente o lago é chamado de Lago Tazawa, cujo nome faz referência à plantação de arroz.
 
PROF. KIBER SITHERC
 
  

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publicado por professorkibersitherc às 23:02

 

             Genjoraku é uma antiga dança palaciana da Era Nara (710-784) apresentada frequentemente para comemorar o retorno do imperador ao palácio após breve ausência.
            Iburi, a máscara usada nesta dança, é considerada a mais complexa máscara do Bugaku (música e dança da corte), em que as sobrancelhas, a parte superior do crânio, os olhos e o queixo são móveis. Conta a tradição mitológica que essa máscara foi entregue ao primeiro dançarino dessa arte, pelo casal divino Izanagui e Izanami, criadores do arquipélago japonês. Portanto, desde os primórdios do Japão, essa dança é transmitida de geração em geração, dentro de uma família tradicional da corte japonesa.
 
            Uma lenda conta que, certa ocasião em Nara, antiga capital do Japão, o dançarino Haruto adoeceu gravemente e veio a óbito antes de transmitir a nobre Genjoraku para seu sucessor. Os cortesãos lamentaram a morte do dançarino, lembrando sempre de como ele tinha a leveza do vento ao executar a sua dança. Naquela época, ao invés de caixão, era usado um barril para enterrar as pessoas. Resolveram, então, homenageá-lo pendurando seu barril nas sombras das árvores do Bosque Hahaso, deixando-o ao sabor do vento, já que no verão daquele ano o calor estava a castigar todos.
 
            Três dias depois, um lenhador que passava pelo local ouviu um ruído que vinha das árvores e resolveu descobrir do que se tratava. Ao descobrir o caixão deixado pelos cortesãos e constatar que o ruído vinha de dentro dele, saiu apavorado. Correu para um santuário e pediu protecção ao sacerdote xintô (religião nativa do Japão).
 
            Ao saber do acontecido, amigos e familiares correram ao bosque e constataram que Haruto havia ressuscitado. Alvoroço geral. Ele estava debilitado, porém com vida!
           Dias depois, plenamente recuperado, Haruto foi convidado a fazer depoimento na corte. Diante de nobres, monges budistas, sacerdotes xintôs, curandeiros e toda sorte de funcionários palacianos, Haruto narrou que, depois de sua morte, foi levado para o inferno.
 
            E, no palácio do Emma, o rei das profundezas, foi submetido a julgamento para saber qual o seu destino a partir daquele momento.
            Depois de interrogado com várias perguntas, um dos auxiliares do rei Emma sugeriu:
            – Haruto, este dançarino japonês, foi trazido para cá antes de transmitir a dança Genjoraku para seu sucessor. Se não o mandarmos de volta, essa dança vai desaparecer do Japão. Devemos trazê-lo novamente somente quando a dança for transmitida.
            Os demais membros inquisidores concordaram com a ideia e Haruto foi mandado de volta à vida. Assim, deu-se início a longa preparação de Suetaka como sucessor de Haruto. Trinta anos de intenso aprendizado fizeram de Suetaka tão bom dançarino como o mestre.
 

            Dias depois que Suetaka dançou Genjoraku na corte, comemorando o regresso do imperador, Haruto tornou a morrer.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 21:33

 

             Antigamente, a tartaruga tinha o casco liso como casca de cabaça. Nessa época, Kame-san, o Sr. Tartaruga, vivia num pequeno lago. Quando chegou o verão, a água foi baixando e baixando, devido à seca. Preocupado, o Sr. Tartaruga ficava horas e horas olhando para o céu à procura de uma nuvem carregada de chuva. Mas o tempo foi passando e nada de chover.
 
            Certo dia, o Sr. Tartaruga viu Tsuru-san, o Sr. Garça, nas margens da lagoa e aproximou-se dele.
            – Tsuru-san, você, que vive voando nas alturas, será que não viu nenhuma nuvem chuvosa vindo para essa direcção?
            – Sabe, Kame-san, o céu está azul de ponta a ponta. Nenhuma nuvem à vista, nem chuvosa, nem branca.
            – Tsuru-san, estou preocupado. Se a seca continuar, a lagoa vai secar, e eu não vou sobreviver por muito tempo. O que devo fazer?
            – Olha, Kame-san, essa lagoa é pequena e tem pouca água. Se a seca continuar, ela será a primeira a secar até o fundo. Você deve se mudar para uma lagoa maior enquanto é tempo.
            – Mas Tsuru-san, será que existe alguma lagoa grande nas proximidades?
            – Bem... Se você atravessar aquela montanha, do outro lado encontrará uma grande lagoa, cinco ou dez vezes maior que esta. Lá, moram cerca de 20 tartarugas, que vivem nadando folgadamente, levando a vida que pediram a Deus. Aquilo sim é um bom lugar para você.
            – Eu gostaria de mudar para lá. Mas tenho os pés curtos e levaria alguns anos para atravessar a montanha. Se fosse na estação da chuva, poderia aguentar bastante tempo; porém, em tempo seco como esse, creio que seja impossível eu aguentar até chegar do outro lado da montanha. Oh, como sou infeliz! Queria tanto ir para lá, mas não vejo como.
 
             – Se você realmente quer ir até lá, podemos carregá-lo através da montanha.
            – Realmente, Tsuru-san, isso é possível?! Eu imploro, leve-me até a grande lagoa!
            O Sr. Garça abriu as asas e começou a gritar: “kuwaa, kuwaa!”. Ele estava chamando outra garça. Não passou muito tempo, outra garça veio voando através da montanha e pousou no pequeno lago.
            Tsuru-san então pegou no bico um galho seco e levou-o para a frente da tartaruga.
            – Tudo bem, Kame-san, morda a parte do meio deste galho e segure-se firmemente. Eu e meu amigo vamos morder nas extremidades do galho e levantar voo em direcção à grande lagoa.
            Assim, a tartaruga travou os maxilares em torno do galho, e as garças, batendo as asas, levantaram voo no sentido da montanha.
 
            No caminho, sobrevoaram uma aldeia de lavradores no pé da montanha. Algumas crianças da aldeia viram a tartaruga pendurada no galho e duas garças carregando-a. As crianças acharam engraçado e riram para valer. Apontando para tartaruga voadora, gritavam:
            – Olha que tartaruga maluca, está tentando voar como as garças!
            – Que tartaruga ridícula, pendurada pelo pescoço, até parece cabaça achatada.
            Kame-san ficou irritado e gritou:
            – Crianças mal-educadas!

            Porém, ao abrir a boca para gritar, o Sr. Tartaruga desprendeu-se do galho e caiu em queda livre em direcção ao solo. Espatifou-se no chão de costas. Se seu casco não fosse duro, teria morrido; porém, com o impacto, o casco ficou com várias rachaduras. Por isso, até hoje o casco da tartaruga é todo fragmentado. Assim temos a explicação, segundo essa lenda japonesa.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 20:50

 

            Durante a Idade Média, o Castelo de Almourol suscitou a criação de numerosas lendas, às quais não foram decerto alheias a beleza natural do lugar e a harmonia da construção. Uma delas é a de D. Ramiro, alcaide do Castelo de Almourol.
 
            Conta a lenda que, voltando cheio de sede de uma campanha guerreira, encontrou duas formosas mouras, mãe e filha, que traziam com elas uma bilha de água. D. Ramiro pediu à filha que lhe desse de beber. Esta, assustou-se e deixou cair a bilha. Enraivecido, D. Ramiro matou-as.
 
            Nesse momento apareceu um rapazinho de 11 anos, filho e irmão das assassinadas. O cavaleiro logo ali o fez cativo e trouxe-o para o castelo. Quando chegou, o pequeno mouro jurou que se vingaria na mulher e na filha de D. Ramiro, duas damas muito belas.
 
            Tempos depois, a mulher do castelão definhou e acabou por morrer, vítima de venenos que o mouro lhe foi dando a pouco e pouco. Porém, não conseguiu matar Beatriz, a filha de D. Ramiro, porque os dois se apaixonaram.
 
            Um belo dia, D. Ramiro chegou ao Castelo na companhia de outro alcaide, a quem tinha prometido a mão de sua filha. Os jovens apaixonados, inconformados com a sorte que os esperava, fugiram sem deixar rasto.
            D. Ramiro morreu pouco depois, vitimado pelo desgosto. O castelo, abandonado, caiu em ruínas.
 
            Dizem que, nas noites de S. João, D. Beatriz e o mouro aparecem, abraçados, na torre grande do castelo. A seus pés, D. Ramiro implora perdão, mas o mouro inflexível responde-lhe com dureza:
            - MALDIÇÃO!
 
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publicado por professorkibersitherc às 17:59

25
Jan 10

 

            Diz a tradição, que nos tempos de domínio árabe morou naquele sítio, no alto da Penha, um moço árabe, que tinha grande predomínio com todas as famílias cristãs que habitavam a serra.

            Esse moço árabe andava em rixa velha com o alcaide do castelo de Sintra, resultando dessa discórdia este vir desafiá-lo a um duelo. Deste duelo resultou a morte do moço árabe que ficou estendido no chão. Logo foi tido em conta por toda a gente como mártir, ao qual levantaram um túmulo e depois uma capelinha de oração.

            Esta pequena ermida com o tempo ruiu, sendo em 1500 substituída por outra, edificada pelo padre Gaspar Preto, sob a invocação de Nossa Senhora de Monserrate, tendo vindo de Roma a imagem da Virgem, feita de alabastro.
 
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publicado por professorkibersitherc às 23:32

 

            Conta-se que no reinado de D. João III, na terra de Almoínhos-Velhos, havia uma pastora muda, que tinha o costume de levar as suas ovelhas a pastar ao cimo da serra. Certo dia, uma das suas ovelhas fugiu, deixando a jovem pastorinha desesperada em busca da tal ovelha.

            Após longas buscas, observou ao longe uma senhora que trazia consigo a sua ovelha. A pastorinha agradeceu muito da maneira que pode, visto que esta não conseguia falar. A senhora, aproveitando a ocasião, pediu à pastorinha que lhe desse um pouco de pão. A pastora explicou-lhe, gestualmente, que esse ano tinha sido mau e havia muita fome. A senhora deu-lhe então um conselho:


            - Quando chegares a casa chama pela tua mãe e procura pão.
            A pastorinha tentou-lhe explicar que isso era impossível, pois para além de ter a certeza de não haver pão em sua casa, ela não podia chamar pela sua mãe, pois era muda. Mas a senhora tanto insistiu que a pastora decidiu fazer o que esta lhe dizia.
            Ao chegar a casa chamou por sua mãe e a sua voz fez-se ouvir em toda a sua casa.
            Contou a história a sua mãe e apressou-se em procurar o pão. E qual não foi o espanto das duas quando dentro de uma arca encontraram pão que chegou para a aldeia inteira.

            No dia seguinte, como prova de agradecimento, toda a aldeia subiu à serra e precisamente no sítio onde a pastorinha tinha encontrado a senhora, estava agora uma gruta com a imagem de Nossa Senhora.

            Esse local passou a ser sagrado e mais tarde foi aí construída uma capela, conhecida por capela de Nossa Senhora da Peninha.
 
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publicado por professorkibersitherc às 23:01

 

            Um dos habitantes do Convento de Santa Cruz ou dos Capuchos, foi Frei Honório, homem de muita fé e de grandes virtudes. Muito estimado e respeitado dos habitantes daquelas redondezas, ali viveu durante 30 anos, sofrendo dolorosa e resignada penitência. Seu corpo jaz na Igreja daquele curioso convento.         
 
             Diz-se que certa vez, Frei Honório encontrou pelos campos uma linda rapariga, "para quem não olhou", mas que o forçou a fazer algo. Exigia-lhe que a confessasse. O virtuoso monge, naquele ermo não tinha confessionário, e sem querer fixar a pequena, mandou-a para o convento em procura de outro confessor. A bela jovem não se conformou com a resposta e insistiu ao mesmo tempo com o bom religioso.

            Rubro como um tomate, a suar em bico (isto passou-se em Agosto), apressou o passo, sempre seguido daquela que lhe pedia a absolvição ou penitência, até que, voltando-se e tapando o rosto com uma das mãos para fugir à formosura que o diabo encarnara para o tentar e perder, com a outra fez o sinal da cruz, a que a endiabrada e tentadora, respondeu com um grito, fugindo para não mais ser vista.


            Então, Frei Honório, por castigo por ter caído em tentação, isolou-se a pão e água numa gruta existente no Convento. E lá ficou até ao fim da sua vida.
 
PROF. KIBER SITHERC
 
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publicado por professorkibersitherc às 22:28

 

            Diz a lenda que na gruta, que se situa no Jardim da Pena muito perto do portão de entrada, uma fada todas as noites, cerca da meia-noite, ali vai carpir o seu destino.
 
            Muitas pessoas, que ao terem medo de se aproximarem do local, já a ouviram chorar o seu lamentável destino.

            O acesso ao local faz-se preferencialmente de automóvel. Percorrendo a estrada da Pena com alguma prudência (visto ser uma estrada estreita e onde constantemente se encontram ravinas de mata quase selvagem) e a gruta situa-se à esquerda de quem sobe, quase ao chegar ao portão principal do parque da Pena. A gruta é formada por uma imensa rocha de granito, apoiada em dois rochedos que a flanqueiam.
 
PROF. KIBER SITHERC
Gruta da Fada - Lisbon
 
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publicado por professorkibersitherc às 21:17

 

            A lenda diz que ratos gigantes habitam nos subterrâneos do Convento de Mafra, e que durante a noite eles saem para comer tudo aquilo que podem apanhar, mesmo cães e gatos. Até gente, afirmam algumas pessoas.

             Existe também a lenda, que túneis ligam o Convento até à Ericeira, a cerca de 10 quilómetros de distância, pelo qual, partiu para o exílio o último rei português, D. Manuel II, a 5 de Outubro de 1910, depois de proclamada a República.

            Túneis esses, que actualmente estarão infestados de ratazanas assassinas.
            Conta-se que um soldado da Escola Prática de Infantaria (instalada no edifício há perto de 100 anos), ao estar no terraço a caçar pombos com um colega, caiu de uma altura de oito andares, directamente para os canais dos esgotos. O colega não comunicou logo o acidente aos seus superiores para não ser castigado e, umas semanas mais tarde, o corpo foi encontrado roído pelas ratazanas.
 
                Diz-se, que já se tentou várias vezes desratizar toda aquela rede de esgotos, mas não conseguiram sequer entrar.
            Também se falou, que o processo de desratização não foi para a frente, porque havia a necessidade de isolar a zona envolvente ao Convento num raio de 15 quilómetros o que seria impossível.
 
PROF. KIBER SITHERC
 
kiber-sitherc@sapo.pt
publicado por professorkibersitherc às 20:27

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