Esoterismo, Lendas, Mitos, Parapsicologia, Auto-Ajuda. kiber-sitherc@sapo.pt

31
Mar 10

 

                Há uma velha lenda na China sobre “Nian”, que significa 'Ano Novo', que explica a origem do Ano Novo chinês (ou Festival da Primavera como é chamado e celebrado na China).


            Diz a lenda: Há muito tempo as pessoas de uma aldeia chinesa foram aterrorizadas por um monstro chamado "Nian". O Nian vinha à aldeia, uma vez por ano no início da Primavera para exigir um sacrifício humano, uma criança para ele comer. Ano após ano, ele voltava, e ano após ano, as pessoas entregavam as suas crianças para serem devoradas pelo monstro.


            Um certo dia, eles decidiram que deixariam de apresentar a sua terrível oferenda. Eles haviam descoberto que Nian era na realidade muito covarde, e tinha medo de ruídos altos e cores vivas. Então, eles compraram muito papel vermelho para decorar as portas de suas casas, escreveram nesses papéis palavras desejando sorte e prosperidade. Em seguida, cobriram os papéis com panos negros e com muitos fogos de artifícios ficaram à espera do Nian aparecer na noite de Réveillon.


            À meia-noite, Nian novamente voltou à aldeia, para a sua habitual procura por uma criança para comer. De repente alguns dos aldeões correram em sua direcção, tocando gongos, tambores e címbalos, enquanto outros retiravam os panos negros descobrindo os papeis vermelhos sobre as portas das casas. Então, os homens soltaram os fogos de artifício, fazendo um barulho ensurdecedor. O Nian, aterrorizado e perplexo pelas cores e ruídos, desviou-se da aldeia e fugiu, deixando-os em paz, por mais um ano, pelo menos. Então, eles celebraram com uma grande festa para a qual toda a aldeia foi convidada. Desde então, para evitar que Nian retorne para reclamar outra vítima, todos os anos, os chineses de todas as aldeias na China, celebram o Ano Novo com muitos fogos de artifício e alegorias feitas com papel colorido onde predomina o vermelho.

 

PROF. KIBER SITHERC 

 

 

 

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 14:56

 

                A versão chinesa atribui a Kan-Si, filha de um poderoso mandarim, a criação do leque, uma vez que, não mais suportando o calor durante um baile de mascaras, e não podendo expor o seu rosto aos olhares indesejáveis, dele se serviu para abanar-se, tendo logo o seu gesto imitado por outras damas do baile.

 

            Da mesma lenda, há outra versão, que a filha de um poderoso mandarim foi assistir a uma Festa de Lanternas, onde milhares de velas são acesas. Com o calor, ela sentiu-se mal e discretamente tirou a sua máscara para abanar-se com ela. Teria, então, nascido o leque.

 

            As principais civilizações desde a Antiguidade fizeram uso dele, como o Egipto, Assíria, Pérsia, Índia, China, Grécia e Roma, tendo ele sido utilizado como símbolo de poder em sua essência.

 

            Os leques com imagens surgiram no Japão. Depois foram usados, durante o período Sengoku Jidai como utensílio de protecção por mulheres de samurais e samurais mais velhos. Eram dotados de pequenas lâminas em suas varetas, e quando aberto se tornava uma arma em potencial. Em geral eram feitos de bambu e papel, e as suas pequenas lâminas eram organizadas de forma a possuírem um ângulo correcto de corte.

 
            Os portugueses trouxeram de lá essa novidade. Isso por volta do século XV ou XVI, época dos grandes descobrimentos. Os portugueses ficaram tão entusiasmados com a descoberta que trouxeram leques em grande quantidade e aos poucos a novidade foi tomando conta da Europa, a partir da Península Ibérica, Itália e finalmente a França. Rapidamente passou a fazer parte da indumentária elegante, tornando-se um apetrecho indispensável. Como tudo em moda, as formas foram se sucedendo. Primeiro foram ornamentados com reproduções de pinturas famosas e cenas da mitologia. Rapidamente ganhou a conotação de transportar uma mensagem, como letras de música e depois propaganda política. Na época da Revolução Francesa foi um importante veículo de textos revolucionários. Fico imaginando que isso devia ser feito muitas vezes de forma extremamente discreta e mesmo escondida, nos elegantes salões da corte francesa.

 

            Há uma lenda que diz que o primeiro leque foi a asa de Zéfiro arrancada por Cupido para abanar sua amada Psiché.

 

            Reza a lenda que quando Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, Deus para castigar a mulher deixou a transgressora sem falar por vários dias. Então para se comunicar com o seu companheiro, ela fez um leque de palha e bambu. A cada sentimento diferente, a mulher deveria posicionar este objeto de uma forma criativa. Por exemplo: quando ela estava feliz abriria o leque por inteiro, no caso de tristeza Eva fecharia este objeto  e quando desejasse alguma coisa ela apontaria o leque para o alvo.

 

PROF. KIBER SITHERC 

 

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 13:23

 

            A lenda amazónica do jurutaui, é uma das mais belas lendas do folclore brasileiro.

            O Urutau é um pássaro solitário e de hábitos nocturnos que dificilmente se deixa ver.

            Este pássaro habita na região norte e nordeste da Argentina, nas matas do Paraguai, no Norte do Uruguai e do Brasil, onde lhe são atribuídos vários nomes: Jurutaui na região amazónica; Ibijouguaçú entre os Tupis e Mãe-da-Lua entre os mineiros. Estas designações correspondem a diversas regiões linguísticas: à dos tupis e guaranis e à do idioma quichua.

 

            Pousado na ponta de um galho seco, fitando a lua e estremecendo a calada da noite, emite um canto bruxuleante que mais parece um lamento humano. Tem uma cabeça chata, olhos grandes e muito vivos, a boca rasgada de tal forma que os seus ângulos alcançam a região posterior dos olhos. A sua cor parda em tons de canela com riscas transversais e escuras permite-lhe adaptar-se perfeitamente ao galho da árvore, passando completamente despercebida. Este seu disfarce associado a uma perfeita imobilidade protegem-na dos seus predadores e permitem-lhe caçar as suas presas (besouros e borboletas) com uma grande facilidade.

 

            O seu grito é, provavelmente, o mais pavoroso de quantos se conhecem no mundo das aves.

            Em forma de "hu-hu-hu", que se faz ouvir após o anoitecer, procura, a solidão mais espessa dos bosques, de onde faz desprender a sua voz cheia de lamentos. Para muitos, a sua voz é semelhante ao clamoroso lamento de uma mulher que termina com amortecidos "ais". O seu canto provoca, portanto, espanto e piedade aos que possam ouvi-lo e é também fantasmagórico. "Meu filho foi, foi, foi" - interpreta o povo.

 

            A par da voz queixosa e plangente, uma quase invisibilidade, confere-lhe o carácter de um ente misterioso. Muitos não o tomam por uma verdadeira ave, mas sim por um ser fantástico, inacessível à mão e aos olhos humanos. Já outros, porém, não duvidam de sua existência, mas consideram-no como um ente enigmático e superior, dotado de muitas qualidades fora das leis naturais, entre elas, o preservar das seduções e a pureza das jovens moças.

 

            Conta-se que antigamente, matavam para esse fim uma dessas aves e tirava-se a pele que era, posteriormente, seca ao sol. Esta servia para os pais sentarem as suas filhas, nos três primeiros dias a partir do início da puberdade. No término desse tempo, as jovens saíam "curadas", isto é, invulneráveis às tentações das paixões desonestas que as pudessem atrair. As qualidades sobrenaturais deste pássaro destacam-se nas crendices populares. As penas e a pele do urutau são para muitas pessoas bastante milagrosas. Assim, se para muitos o Urutau é, muitas vezes, associado a maus presságios, para outros e, segundo a mitologia Tupi-Guarani, trata-se de uma ave benfeitora (abençoada).

  

            Conta a lenda que Nheambiú, uma bela moça, filha do Tuxaua da nação Guarani, se apaixonou profundamente por um bravo guerreiro Tupi chamado Cuimbaé, que havia sido feito prisioneiro pelos Guaranis.

 

            Nheambiú pediu aos seus pais que consentissem no seu casamento com Cuimbaé. Porém, esse e os posteriores pedidos foram terminantemente negados, com a alegação de que Cuimbaé era um Tupi, ou seja, um inimigo mortal dos Guaranis.

 

            Não suportando mais o sofrimento, Nheambiú desapareceu da Taba, causando um enorme alvoroço.

            O velho cacique mobilizou então todos os seus guerreiros para que procurassem, por todo o lado, a sua preciosa filha.

 

            Após uma longa busca, a jovem foi encontrada no coração da floresta, paralisada e muda, como uma estátua de pedra. Ao vê-la, o pai sacudiu-a, mas ela não deu nenhum sinal de vida.

            Então, o seu pai mandou chamar o feiticeiro da tribo, que a examinou dizendo o seguinte ao cacique:

             - Nheambiú perdeu a fala para sempre; só uma grande dor poderá fazer Nheambiú voltar ao que era.

 

            Então começaram por informar a jovem índia de todas as notícias mais tristes possíveis: a morte do seu pai e a de todos os seus amigos.

            No entanto, nada surtiu efeito. A jovem continuou inabalável e intacta.

            Então o pajé da tribo aproximou-se e disse:

             - Cuimbaé acaba de ser morto.

 

            Nesse mesmo instante, o corpo da jovem moça estremeceu todo e ela, soltando repetidos lamentos acabando por desaparecer da mata.

            Todos os que ali se encontravam, cheios de dor, acabaram transformados em árvores secas, enquanto Nheambiú se transformou num Urutau ficando a voar, noite após noite, pelos galhos daquelas árvores amigas, chorando a perda do seu grande amor.

 

            Dizem que foi dessa lenda que se originaram algumas superstições populares relativamente ao Urutau.

 

            Uma dessas lendas, fala-nos de Jouma, um cacique dos Mocovies (Guaranis) que , surpreende a Marramac, nos braços de um estrangeiro e o mata com flechas. Porém, perde posteriormente a razão e transforma-se num Urutau.

 

            Segundo uma outra versão, o Urutau é um menino, órfão de pai e mãe, que passa a vida muito triste, chorando a perda dos seus progenitores. Fita o Sol e a Lua e, quando os astros desaparecem, não faz mais do que lamentar-se. 

  

            Contava uma lenda também, que o urutau foi uma pessoa que não quis visitar o Menino Jesus, e por isso hoje chora arrependido de Novembro a Janeiro.

 

            Outra lenda diz que "carta de amor escrita com pena de Urutau tem sempre resposta favorável".

 

            Já outra diz que a pele dessa ave preserva as donzelas dos deslizes e as protege contra os alheios de intenções menos honestas.

 

            Devido à sua existência misteriosa, o Urutau além das lendas era objecto de práticas supersticiosas. Os Guaranis acreditavam que partindo-se as asas e as pernas do pássaro durante a noite, no dia seguinte ele amanhecia perfeito. Segundo algumas crendices indígenas, esta ave nocturna revestia-se de atribuições que são inerentes ao Cupido. As penas do Urutau eram eficazes talismãs de amor. Assim sendo, aquele que conduzir uma de suas penas, atrai a simpatia e o desejo do outro sexo; que se consegue qualquer pretensão com a escrita com uma de suas penas. Acreditava-se ainda, que as suas penas e as suas cinzas eram remédios contra doenças.

 

            Há também quem diga que, na Amazónia, há o costume de varrer o chão, sob o véu das noivas, com as penas da cauda do Jurutauí (designação pela qual o Urutau é conhecido nesta região), a fim de se garantir para as futuras esposas todas as virtudes do mundo.

 

            Outra das crenças mais curiosas no poder sobrenatural do Urutau é a que faz referências à sua posição face ao ciclo solar. Quando o sol nasce o pássaro volta a sua cabeça para ele e acompanha-o no seu percurso. Quando o astro caminha para o Poente, começa então a entoar o canto dolorido "U - ru - tau".

 

             Conta-se também que, Couto de Magalhães elevou o Urutau à categoria dos deuses, reservando-lhe o segundo lugar da sua teogonia Tupi. Todas essas considerações, entretanto, levam-nos a classificar o Urutau como um pássaro feérico (mágico), que existe por direito próprio.

 

             O Urutau é um pássaro que pertence à Ordem dos Caprimulgiformes, família dos Nyctibiidae. No Brasil, ocorrem as seguintes espécies: Nyctibius grandis (Urutau, Mãe-da-Lua Gigante); Nyctibius griseus (Urutau) e Nyctibius aethereus (Mãe-da-Lua Parda).

 

PROF. KIBER SITHERC 

 

 

 

  

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 00:43

30
Mar 10

 

                Os corpos desaparecidos no mar, jamais serão encontrados. Transformar-se-ão em Nhamussoros!

 

            Existem várias lendas que em Inhambane, Moçambique, quando alguém desaparece no mar, não morre, fica uma espécie de morto vivo nas profundezas das águas e reaparece muitos anos depois talvez respondendo a um chamamento espiritual de algum médium, ou vulgo curandeiro.


            Segundo reza uma história, em Inhambane para os lados de Chicuque, há muitos anos atrás, apregoou-se a vinda de um Nhamussoro. Tendo chegado aos ouvidos de jornalistas, estes quiseram ir ao local do eventual aparecimento para comprovar tal aparição.


            Entretanto, os ditos curandeiros avisaram que Nhamussoro, não poderia estar na presença do homem branco pelo que os jornalistas teriam de encontrar uma forma de não serem vistos. Assim foi, os jornalistas esconderam-se bem disfarçados à espera da sua aparição. Chegado o dia, juntou-se a população no local e entre os sons dos batuques, iam dançando e entoando canções chamando o dito espírito.

 

            De repente, junto à praia, começa um vulto que vai se transformando maior à medida que vem caminhando para a população.

            Era a figura de um homem cheio de crostas e algas agarradas no seu corpo como que um navio afundado submergindo.


            Conta-se que os jornalistas irrequietos, terão saído dos seus lugares de máquinas fotográficas em punho quando viram o Nhamussoro. Este claro, apercebendo-se dos brancos, mergulhou imediatamente e nunca mais voltou a aparecer.


            Várias pessoas locais contam esta história. Que a ouviram através do filho do farmacêutico… ter escutado da boca do Chefe dos Correios…

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 22:44

 

                Esta lenda de Angola, pretende esclarecer sobre a origem dos Tchokwé e dos Mataba, conta-nos que, há muitos anos atrás, veio do nordeste, um Soba muito poderoso, e com um exército mais numeroso do que um formigueiro, em conquista das terras de Lunda.

 

            Para facilitar o avanço no mato muito cerrado, este Soba de nome Muata-Yânvua, mandou dois dos seus melhores guerreiros à frente, com um grupo de escravos cada um, para abrir caminho ao séquito real.

 

            Quando chegaram à região dos Tchokwé, um desses guerreiros, de nome Fota, continuando fiel a Yânvua, decidiu ficar por ali e esperar o chefe

            Outro dos guerreiros de nome Katende, não quis esperar pelo resto da comitiva, desentendeu-se com Fota, e continuou o avanço para as planícies do Alto Zambeze, lá se estabelecendo em definitivo, se proclamou rei, e fundou a nação Mataba.

 

            Ao Soba Muata-Yânvua, agradaram as terras escolhidas pelo fiel Fota, e retomando a chefia do seu povo, ali decidiu-se estabelecer-se, fundando a nação Tchokwé.

 

            É de notar também, que raramente existe uma só lenda, quando o assunto concerne ao aparecimento ou fundação de uma nação; de aldeia para aldeia, as lendas às vezes diferem tanto, que quase não tem pontos em comum.

 

            As lendas são variadíssimas, sem que para isso se encontre uma razão plausível; à falta de explicação melhor, aceita-se a de mudança pela modificação de geração para geração, de aldeia em aldeia.

 

            Em cada transmissão de geração, e em cada aldeia, suprimindo um pouco e acrescentando outro tanto, ao final de cinco ou seis gerações, a lenda está mais ou menos do mesmo tamanho, mas diametralmente diferente de um lugar para outro.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

 

Desenhos tradicionais dos Tchokwés

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publicado por professorkibersitherc às 17:53

 

                  Esta lenda é originária do povo Huambo de Angola.

            O aparecimento do povo Huambo, bem como a sua formação, tem diversas lendas a apoiá-lo.

 

            Uma das lendas diz-nos que um dia, tendo o filho do Soba Huambo Kalunda saído para caçar, enquanto estavam ausente da aldeia, esta foi atacada por uma família enorme de leões famintos, que comeram todas as pessoas da tribo.

 

            Quando Sobeta retornou ao Kimbo, apenas encontrou os restos do seu povo que os leões tinham desperdiçado, e de vivo, apenas uma jovem leoa que presa e ferida numa armadilha de caça, não tivera condições de acompanhar o grupo de carnívoros, quando após o lauto repasto, se foram embora.

 

            Triste com tudo o que acontecera, e sem vontade de vingança, o Sobeta soltou e tratou a leoa que agradecida pelo que o homem lhe fizera de bem, e revoltada por ter sido abandonada pelos outros leões, nunca mais se separou do solitário chefe, e com ele viveu muitos anos, servindo-lhe inclusive de mulher.

 

            Desta ligação de um chefe e de uma leoa, nasceu um povo forte e corajoso, além de inteligente, a quem o Sobeta deu o nome do pai, Huambo, nome que o planalto que habitava, também adquiriu.

 

            Outras lendas, diz-nos que durante o movimento migratório dos N'Gola-Luandos para o Sudoeste, um guerreiro, de nome Huambo, tentou com alguns acompanhantes, um movimento de revolta, em relação ao resto do seu povo.

 

            Como os revoltosos eram poucos, foram facilmente batidos e fugiram para a região do Planalto Central de Angola, onde, achando a terra fértil e o clima bom, enfim as condições propícias, se estabeleceram.

 

            Este pequeno grupo de guerreiros, segundo esta lenda, é que terá dado origem ao povo Huambo, de cujo chefe tiraram o nome, e pelo qual, também a região passou a ser conhecida.

 

PROF. KIBER SITHERC 

 

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 16:57

 

                Esta lenda é originária de Angola da região de Lunda.

            Nos tempos em que reinava na Lunda o Soba Tchingury Tchipala Katéle, andava certo dia a família real a passear, quando subitamente encontraram um indivíduo de estranho aspecto; trajava uma reduzida e escassa tanga e tinha como penteado, três tufos de cabelo, um de cada lado da cabeça e um atrás. O indivíduo estava exausto.

            A seu lado, por terra, viam-se as armas de um caçador.

 

            Acercaram-se do desconhecido, e depois de o terem refrescado com a água de uma cabaça, e de o terem convidado para hóspede do Sobado, retornaram todos ao Mussôlo.

            À noite, em volta da fogueira da Tchiota, bebendo o marufo que o Soba mandara servir em honra ao visitante, este contou a sua história. Chamava-se Mutambo Mukulo, era o filho mais velho de um Soba Baluba, e tinha vindo para aquelas terras, em perseguição de uma manada de búfalos, que já há alguns dias vinha rastreando. Estava perdido e exausto, quando os anfitriões o encontraram.

            Contaram-se mais uns casos, e já a lua ia alta, quando resolveram ir deitar-se.

 

            No dia seguinte, o Soba e os irmãos, ansiosos por saber como estava o hóspede, após a noite de repouso, mal os primeiros raios de sol surgiram clareando o horizonte, dirigiram-se à cubata que lhe tinham destinado.

            Grande foi a indignação do Soba e dos irmãos, ao encontrarem deitada com o visitante, a mais nova das irmãs, pré-púbere, de nome Luejanconte e, para cúmulo da indignação, a irmã tinha oferecido ao jovem caçador, uma pulseira (Kasekeli) que pertencera ao pai, o grande Soba Konté.

 

            Os irmãos expulsaram o abusado estrangeiro, e reuniram para decidir a sorte da irmã.

            Foram tantas e tão grandes as divergências sobre a atitude a tomar, que aquela família, até ali tão unida, entrou em total desacordo, decidindo dividir um reino que havia gerações se mantinha unificado.

 

            Assim, N'Gola Tchiuange Tchassemba, o mais velho dos irmãos, tomando a defesa da irmã Luejanconte, com ela rumou em direcção a Luanda.

            Chegados ao Rio Kassa, constataram que não poderiam atravessá-lo pois o caudal era muito forte, e não havia lianas por perto que suportasse o peso de qualquer deles. E tais resistentes, com a qual por fim conseguiram atravessar o perigoso caudal.

            Como recompensa, Tchassemba ofereceu ao velho cinco das suas mais novas escravas, e seguiu viagem.

 

            Os outros irmãos, depois de Tchassemba ter partido com a caçula da família, é que caíram neles, e repararam que estavam fazendo uma estupidez desmembrando o reino, que unido era tão feliz.

            Resolveram ir atrás de Tchassemba e Luejaconte, para fazerem as pazes e voltarem unidos de novo, mas chegados à margem do Kassa, não conseguiram atravessá-lo.

            Acamparam, e nesse mesmo acampamento, viria a nascer o primogénito de Katéle, Tchitiatete Tchapata (aranha do mato) que viria a ser um dos maiores Sobas dos Tchokwé.

 

            O Soba Katéle, em agradecimento a N'Zambi, no local em que nasceu o mona (bebé) plantou uma árvore e pintou-a de Pemba.

            Como não conseguiram vencer o caudal, decidiram então que, se era para ficarem dois separados, então era melhor separarem-se todos de uma vez, e dividirem logo o reino.

            Com esta decisão, tristes, mas achando que estavam predestinados à separação, rumaram para as terras que de comum acordo tinham sido destinadas a cada um.

 

            Muambumbo ficou no Luitembo, Muana Kafunfo Kapenda Kamulembe foi para o Lereno; Pimbi Nitchimbumbo Kapele Mukatena, foi para o Saurimo; Tchinhama Kamutete Kakinga Duma Tchimongo, foi para o Congo.

 

            Esta lenda explica para os Lundas, a razão do seu reino, outrora tão grande e poderoso, ter sido desmembrado e dividido em pequenos reinos quase sem expressão.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

kiber-sitherc@sapo.pt
publicado por professorkibersitherc às 14:57

 

                A lenda do Corpo Seco é vulgar em todo o Brasil, pois, dizem que ele passou pela vida semeando malefícios e que matou a própria mãe. Ao morrer, nem Deus nem o Diabo o quiseram, e a própria terra o repeliu enojada de sua carne, e um dia, mirrado, defecado, com a pele engelhada sobre os ossos, da tumba se levantou em obediência ao seu fado, vagueando e assombrando os viventes na calada da noite.

           

            Corpo Seco é uma figura folclórica recorrente principalmente no sudeste brasileiro. Apesar de muito comum no sudeste, há histórias de encontros com um Corpo Seco desde o Paraná até o Amazonas, assim como em alguns países africanos de língua portuguesa.

 

            O Corpo Seco seria um morto-vivo que por ter praticado muitas más ações durante a vida, e agredido ou matado os pais (alguns afirmam que seria só a mãe), ao morrer, teve seu descanso negado. Há um ditado popular que diz que “quem bate na mãe fica com a mão seca”.

 

            Assim o Corpo Seco acaba sendo rejeitado por Deus, pelo Diabo e pela própria terra onde teria sido enterrado. É que, ao ser enterrado, o Corpo Seco é expelido pela terra, aparecendo o morto desenterrado pouco tempo depois do próprio enterro, já com as carnes apodrecidas.

 

            O Corpo Seco não gosta de água, sendo que pode ser isolado se deixado em um lugar do qual para sair se tenha que atravessar um curso d’água.

            Depois de sair do túmulo o Corpo Seco começa a vaguear pelas matas próximas e caminhos, pois para sobreviver tem que se agarrar a uma árvore. Quando se agarra a uma acaba por secá-la. Portanto, se encontrarem uma árvore que secou de repente, sem causa aparente, pode ter sido um Corpo Seco que se agarrou a ela.

  

            Ele costuma vaguear e assombrando os viventes na calada da noite. Certa vez uma pobre mulher, no sertão, apreciadora dos bons guisados de urupês (orelha de pau) vagueava pela mata para colher os apetecidos, quando se deparou caído um pau-piúca, onde abrolhavam os saborosos parasitas, alvos muito alvos como pipocas. Colhia-as quando, no desvendar a parte extrema do madeiro, se tomou de pavor e muito susto ante dois olhos escarninhos que a fitavam, e disparou a correr desorientada sob o riso cachinado do Corpo Seco que pregou à pobre mulher.

 

            Dizem alguns que o Corpo Seco fica junto a caminhos, pois precisa de sangue para continuar “vivo”. Quando passa uma pessoa agarra-a e suga todo o seu sangue (como os vampiros). Se não passar nenhuma pessoa ele acaba por morrer.

 

            Existem muitas lendas sobre os Corpos Secos contadas por todo o Brasil.

            Dizem que no Vale do Paraíba, próximo a Taubaé, em São Paulo. Há um Corpo Seco que assombra os moradores há mais de 40 anos

  

             Este Corpo Seco habita a gruta do Picadão. Um morador local, chamado Geraldo Periquito chegou a afirmar que já viu o Corpo Seco pescando lá perto. Também, segundo Periquito, uma vez passava por esta trilha uma comitiva de uns 50 cavaleiros que seguia para uma festa de casamento. Era umas 10 horas da noite quando      os cavaleiros cruzavam o trecho assombrado da trilha. Periquito diz que quando passava ouviu uma voz dizendo:

            - Dá a garupa que eu também vou.

            Periquito não pensou duas vezes, saiu correndo a galope.

            Conta este morador local que a alma penada tem nome conhecido. Seu nome em vida era Zé Maximiano, e Periquito até trabalhou com um sobrinho do Corpo Seco numa roça, e o conheceu quando era pequeno. Dizem que virou Corpo Seco porque batia nos pais. Geraldo Periquito conheceu um amigo do Zé Maximiano, Pedro Vicente, que foi responsável em transportar o seu corpo para um lugar seguro.

 

            Ao que se conta Zé morreu assassinado, e foi enterrado no cemitério em Monteiro Lobato. Mas a terra expelia o defunto, que mesmo que voltassem a enterrar era de novo expelido por ela. Então Pedro Vicente foi designado para levar o corpo do Zé até uma gruta afastada e deixá-lo por lá. Levou Pedro Vicente, num balaio nas costas, o corpo ressecado do Zé Maximiano até a tal gruta afastada, para que ele não ficasse assombrando o povo. Para chegar à gruta tinha que se atravessar um córrego, e Corpo Seco não atravessa água.

 

            O padre de Monteiro Lobato, para proteger Pedro Vicente, entregou-lhe uma vara de marmelo benzida. Caso a assombração quisesse agarrá-lo era para bater no Corpo Seco com a vara até ele soltar. Depois de uma longa caminhada, Pedro Vicente chega à gruta, deixando o corpo do Zé no chão, e virando-se para ir embora. É então que o Corpo Seco agarra Pedro dizendo que não o deixaria partir, pois era para os dois ficarem ali juntos, para sempre. Pedro pegou a varinha de marmelo benzida pelo padre e bateu com muita força, repetidas vezes, até que a assombração soltou-lhe e ele conseguiu fugir dali, para nunca mais voltar. É a história que se conta nessa localidade.

  

            Na Trilha do Bosque da Uva, Colombo, Paraná. Contam outra história de um Corpo Seco, que fica na região metropolitana de Curitiba, Paraná.

 

            Era uma vez um menino chamado Marcelo, filho de fazendeiros que moravam num sítio na cidade de Colombo. Este garoto tinha sérios problemas neurológicos: hiperatividade e déficit de atenção. Mas os seus pais não tinham paciência com ele, pois toda a vez que o menino aprontava na escola ou tirava notas baixas seu pai dava surras com chicotes. Com o passar do tempo o garoto cresceu e virou um rapaz.

 

            Os Seus pais pressionavam este moço para passar no vestibular do curso de Direito da UFPR. No dia do resultado, o casal de fazendeiros descobriu que seu filho não foi aprovado. Assim, de noite, seu pai deu várias chicotadas em Marcelo. De madrugada o rapaz resolveu se vingar: pegou uma espingarda e atirou na sua família. Os empregados da fazenda acordaram e chamaram a polícia. Marcelo foi preso e transferido para a penitenciária de Piraquara. Lá ele suicidou-se.

 

            A sua alma chegou ao inferno, mas nem o diabo quis e o seu corpo foi expulso do cemitério pois nem as outras almas e nem os bichos da terra permitiram que ele continuasse lá. Assim o morto-vivo caminhou até a sua antiga residência, que era numa fazenda em Colombo. Então o seu corpo secou e ele passou a dormir em troncos ocos de árvore de dia e saia vagueando todas as noites.

 

             Um certo dia este zumbi estava dentro de um tronco de uma árvore, quando escutou a conversa de um casal. O rapaz falou assim para a moça:

            - Não passei no vestibular, quando a minha família souber, não saberei o que fazer: Será que mato os meus pais, ou me suicido?

            Desta maneira a jovem respondeu:

            - A solução é não fazer nada. Por favor, não faça nenhuma besteira!

            De repente, a moça se afastou. Aproveitando a oportunidade, Marcelo saiu de dentro da árvore e exclamou para o rapaz:

            - Boa tarde! Com licença!

            O rapaz exclamou:

            - Quem é você? Parece uma assombração!

            Marcelo explicou :

            - Eu sou, realmente, uma assombração. Virei Corpo Seco, pois matei meus pais porque eles brigaram comigo por não ter passado no vestibular. Por favor, não mate a sua família! Pois, você acabará como eu!

            Então, após escutar estas palavras, o rapaz saiu correndo.

            Alguns dias depois, o mesmo moço surgiu com uma corda no mesmo lugar. Ele colocou a corda no pescoço para se suicidar. O zumbi, que observava tudo, tomou o caminho da estrada para avisar a namorada do suicida. Desta forma a pretendente do rapaz chegou ao local e conseguiu evitar a tragédia.

            Reza a lenda que este Corpo Seco, até hoje, continua vagueando pelas fazendas de Uva da cidade de Colombo.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

 

 

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 02:44

29
Mar 10

 

 

                Este mito tem a sua origem no boto-cor-de-rosa, um mamífero muito semelhante ao golfinho, que habita a bacia do rio Amazonas, e também pode ser encontrado em países, tais como: Bolívia, Colômbia e Venezuela. As diferenças básicas são as seguintes: o golfinho vive no mar, e o boto vive em água doce, o golfinho tem cor acinzentada e o boto pode ser acinzentado, preto ou possuir cor avermelhada.

 

            A inexistência no Brasil de dados mais concretos até o século XVIII, faz supor que o mito seja de origem branca e mestiça, com projecções nas culturas indígenas e ribeirinhas.

 

            A lenda do Boto é no mínimo interessante. Ela está ligada aos ribeirinhos, às festas juninas, quando são comemorados os aniversários de São João, Santo Antonio e São Pedro, a população ribeirinha da região amazónica celebra estas festas dançando quadrilha, soltando fogos de artifício, fazendo fogueiras e degustando alimentos típicos da região.

 

            Para essas festividades as moças colocam os seus trajes mais bonitos, se enfeitam e aproveitam para namorar enquanto os seus pais conversam distraídos e alheios a tudo.

 

             Reza a lenda, que nessas noites, geralmente de luar o boto-cor-de-rosa sai do rio transformando-se num jovem elegante e belo, beberrão e bom dançarino, muito bem vestido trajando roupas, chapéu e calçados brancos.

 

            O chapéu é utilizado para ocultar (já que a transformação não é completa) um grande orifício no alto da cabeça, feito para o boto respirar. É graças a este facto que, durante as festividades de junho, quando aparece um rapaz usando chapéu, as pessoas lhe pedem para que ele o retire no intuito de se certificarem de que não é o Boto que ali está.

 

            A tradição amazónica diz que o Boto carrega uma espada presa ao seu cinto, mas que, no fim da madrugada, quando é chegada a hora de ele voltar ao leito do rio, é possível observar que todos seus acessórios são, na verdade, de outros habitantes do rio. A espada é um poraquê (peixe-elétrico), o chapéu é uma arraia e, finalmente, o cinto e os sapatos são outros dois diferentes tipos de peixes.

 

            Este desconhecido e atraente cavalheiro, deixa as moças todas encantadas, e conquista com facilidade a mais bela e desacompanhada jovem, que ao cruzar o seu caminho e, em seguida, dança com ela toda a noite e a seduz, e a guia até ao fundo do rio. E ali, tece e acontece, e o amor vinga de uma maneira, simples e directa, mas cheia de encanto e magia, aí ela engravida.

 

            Só que depois, some e nunca mais é visto pelas redondezas, e a garota carrega no ventre o fruto de uma noite de encantamento sem no entanto mostrar-se arrependida do acto consumado. Dizem que geralmente nasce um menino, o filho do Boto.

 

            Por isso, as jovens eram alertadas por mulheres mais velhas para terem cuidado com os galanteios de homens muito bonitos durante as festas, tudo pra evitar ser seduzida pelo infalível boto e a possibilidade de tornar-se, por exemplo, uma mãe solteira e, assim, virar motivo de fofocas ou zombarias.

 

            Hoje nos interiores do Pará, todas as pessoas gostam de contar ou narrar aos visitantes que chegam uma série de histórias extravagantes, em que a figura como herói é o Boto. É considerado como grande sedutor das índias e elas alegam que o seu primeiro filho e com muita certeza é dele, dando crédito a este deus que transformado na figura de mortal seduziu e arrebatou para debaixo de água, onde a infeliz foi forçada a fazer sexo com ele, estas mulheres caboclas ou índias, são conquistadas às margens dos rios quando vão banhar-se, ou nas festas realizadas no interior ou próximos dos rios.

  

            O Boto ou Uauiara, também é conhecido por ser uma espécie de protector das mulheres, cujas embarcações naufragam. Muitas pessoas dizem que, em tais situações, o Boto aparece empurrando as mulheres para as margens do rio, a fim de evitar que elas se afoguem, as intenções disso até hoje não são muito conhecidas…

  

            Assim sendo, na região norte do Brasil, quando as pessoas desejam justificar a geração de um filho fora do casamento, ou um filho do qual não se conhece o pai, é comum ouvir q ue a criança é filha do Boto.


            Os órgãos sexuais quer do Boto, quer da sua fêmea, são muito utilizados em feitiçaria, visando a conquista ou domínio do ente amado. Porém o mais utilizado do mesmo é o olho do Boto, que é considerado amuleto do mais forte na arte do amor e sorte.


            Dizem mesmo que, segurando na mão um amuleto feito de olho de Boto tem que ter cuidado para quem olhar, pois o efeito é fulminante: pode atrair até mesmo pessoas do mesmo sexo, que ficam apaixonadas pelo possuidor do olho de Boto, sendo difícil de desfazer o efeito...


            Conta-se algumas histórias em que maridos desconfiados de que alguém estava a tentar conquistar as suas mulheres armaram uma cilada para pegar o conquistador. A cilada geralmente acontece à noite, aonde o marido vai a luta com o seu rival, mesmo ferido, consegue fugir e atirar-se à água. No dia seguinte, para a surpresa do marido e demais pessoas que acompanharam a luta, o cadáver aparece na beira de água com o ferimento da faca, ou de tiros, ou ainda com o arpão cravado no corpo, conforme a arma utilizada, não de um homem, mas pura e simplesmente um Boto.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

 

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                Este mito do Brasil é provável de origem indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía à noite para caçar, o seu nome era Biatatá.


            É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, os seus olhos cresceram.

 

            Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes nocturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.

 

            Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra os incêndios.

            A ciência diz que existe um fenómeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.


            É um mito que sofreu grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de génio protector das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.


            Uma versão conta que os seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes.


             Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

  

 

 

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