Esoterismo, Lendas, Mitos, Parapsicologia, Auto-Ajuda. kiber-sitherc@sapo.pt

05
Mai 11

 

            No estado indiano de Tamil Nadu, as pessoas não precisam capas vermelhas e espadas afiadas para domar os touros, eles fazem isso com as suas próprias mãos num desporto chamado Jallikattu .

 

            O antigo espectáculo de Jallikattu reúne multidões de bravos homens e jovens, contra touros furiosos que ninguém consegue pará-los no seu caminho. O nome do desporto vem das palavras "Salli", que traduz como "moeda", e "Kadu", que significa a subordinação da moeda para os chifres do touro furioso. O objectivo dos lutadores é o Jallikattu para domar o touro o tempo suficiente para reclamar o prémio.

 

            Mas isso é muito mais difícil do que parece, especialmente porque os touros utilizados para Jallikattu são extremamente agressivos, e os jogadores não estão autorizados a defender-se com qualquer outra coisa, mas só com as próprias mãos. O mais bravo dos homens jovens vão tentar agarrar a nuca do boi, e pendurarem-se, enquanto o animal na maioria das vezes tenta agarrá-los com os seus chifres longos e mergulhá-lo no chão.

 

            Dezenas de milhares de participantes e espectadores se reúnem sempre nesse espectáculo programado que é o Jallikattu, e na maioria das vezes centenas deles acabam no hospital, com ferimentos graves, e alguns deles perdem as suas vidas. Esta tradição antiga, na região de Tamil Nadu, foi proibida em 2008, após acusações de que os touros eram alimentados com álcool e pimenta. Também eram pulverizados com pimenta nas suas narinas, para torná-los mais agressivos. A proibição foi posteriormente removida, mas os animais são controlados por uma equipe de veterinários, antes do Jallikattu.

 

            Os donos dos touros costumam limar os chifres dos animais para se tornarem mais mortíferos, também para causarem mais danos.

 

            Segundo a lenda, antigamente esta tradição era usada pelas mulheres para escolher os seus maridos. Os"vencedores" bem sucedidos eram escolhidos como os noivos.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

  

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publicado por professorkibersitherc às 22:12

03
Mai 11

 

            A Feira das Cantarinhas, logo nos primeiros dias do mês de Maio, divulga as tradicionais cantarinhas em barro da região, as quais, segundo se diz, dão muita sorte a quem as recebe. Nos dias seguintes tem lugar a Feira de Artesanato com a presença de artesãos de várias proveniências.

 

            A Feira das Cantarinhas, de origem medieval, realizava-se dentro ou fora da Cidade de Bragança, conforme a paz da feira o permitia. Manteve-se até há 40 ou 50 anos com marcas tipicamente medievais. De manhã bem cedo, já os habitantes das aldeias limítrofes convergiam para a cidade. Sem as estradas actuais, serviam-se de caminhos secundários ou de alguma via militar romana que facilitava a passagem de algumas linhas de água.

 

            A Feira das Cantarinhas constituía uma celebração festiva. De véspera, à noite, preparavam-se os alforges com os produtos que se mercadejavam na feira: gradura, batatas. Tudo se acomodava de modo que sobrasse um pequeno espaço onde cabia também a ração dos animais. Enfeitadas iam também as albardas. Uma colcha de lá vermelha eu branca, tecida no tear da casa, enfeitava a burricada que fazia um arraial medonho. Os donos, seguros de que ninguém iria violar os enfeites festivos dos animais, deixavam-nos seguros, à aldrabe de uma porta velha.

 

            Todos se apressavam para escolher um lugar bom, onde a exposição dos produtos facilitasse a venda. Dos ventres flácidos dos alforges saía a gradura e outros produtos para vender. No largo de S. Vicente, a Praça Velha, junta-se em pequenos montículos a trouxa que vem chegando das aldeias mais distantes: Câmaras de Pinela, latoeiros, ferreiros e mais objectos artesanais. Também os objectos as vasilhas de cobre têm sempre um pequeno espaço para se arrumar. Hortaliça e renovos, chouriços secos, queijos e raminhos de cerejas apetitosas vão atafulhando todos os espaços até à metade da Rua Direita. Da Torre de D. Chama e de Alfaião, pequenos microclimas, vinham em canastras os pimentos, alfaces, tomates, beterrabas, que iam ser plantados no dia seguinte e fazem a fartura dos marranchos de qualquer casa.

 

            Rua abaixo, rua acima, saracoteavam-se os compradores e vendedores. Dos lados do sul, nuvens negras ameaçavam chuva iminente. Fim da tarde aproxima-se. Compram-se os últimos presentes que fazem o enlevo da garotada.

 

            O dia 3 de Maio, dia de feira e festa está quase a findar. Falta a cântara de barro que no campo acompanha os trabalhadores com a água fresca. Nossa Senhora da Serra dá de novo as merendas. Quer dizer, os dias alongam-se mais. Esta mobília, comprada no 3 de Maio, nunca mais se esgota. Ainda falta um caldeiro e um garabano para regar à mão os renovos e os feijões de que falámos.

 

            Os homens vêm do Toural, onde tinham levado um vitelo e uma vaca para vender. O bom negócio foi também pretexto para fechar o negócio com uns copos de vinho.

 

            Em sentido contrário, organiza-se agora o mesmo movimento para casa. À entrada da aldeia já aos filhos lhes tarda a chegada dos pais. Numa saquinha da merenda, feita de remendos de muitas cores, vão uns económicos ou súplicas, quando não alguns rebuçados, para sofrear a gulodice da garotada. Uma flauta de barro, mais um chapéu de palha salpicava a noite e os dias seguintes de tons musicais. A monotonia nostálgica do pós festa regressa também no quotidiano dos dias que se seguem. Que esta breve descrição nos auxilie na compreensão de uma festa anual que já não se reconhece no barulho de uma multidão que não cabe nos espaços livres da Rua Direita.

 

PROF. KIBER SITHERC

 

 

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publicado por professorkibersitherc às 19:28

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