Quando se chega a Monchique, pode ver-se à entrada da vila uma imagem de Santo António, com um manto azul bordado a ouro. Conta-se que foi oferecido por uma jovem em agradecimento por o santo lhe ter arranjado casamento...
Mas a verdade é que este casamento não foi tão feliz como a jovem esperava. O marido, apesar da gravidez, tratava mal a esposa. Os meses passaram e nasceu-lhes uma filha que cresceu no meio de acesas e violentas discussões. Aos 8 anos, e já devota de Santo António, a menina decidiu apelar para que o Santo trouxesse Paz à sua casa, prometendo que todos os dias poria flores frescas na frente da sua imagem…
Passado algum tempo, sentiu uma mão no ombro: era um homem novo e atraente que lhe pediu algo para comer e um sítio para descansar...
A jovem levou-o para sua casa e, enquanto a mãe acolheu o visitante, o pai resmungou pelo atrevimento da filha. O visitante dirigiu-lhe frases apaziguadoras, fez-lhe ver que estava a desperdiçar uma felicidade que estava ao seu alcance: a de viver em paz e harmonia com a mulher e a filha.
O dono da casa, como que encantado pelas palavras que acabara de ouvir, sentiu, pela primeira vez, vontade de ajudar a esposa a preparar a refeição e percebeu que se iniciava nesse instante uma nova vida. Quando voltaram à sala, o estranho homem tinha desaparecido e na mesa estava uma imagem de Santo António, semelhante à que se encontrava no nicho da vila.
A notícia espalhou-se pela povoação e, a partir daquele dia, naquela casa imperou a felicidade!
Ao Santo nunca mais faltaram as flores...
PROF. KIBER SITHERC
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